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Vasco da Gama completa 125 anos nesta segunda-feira (21), conheça os Camisas Negras e a Resposta Histórica

O clube desde sua fundação tem relação direta com a luta racial e social no esporte e, consequentemente, na sociedade
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Por Hugo Petersen

Esta segunda-feira (21) marca o aniversário de 125 anos do Club de Regatas Vasco da Gama, um dos clubes maior importância e expressão histórica no futebol brasileiro. Em 1898, a instituição inicialmente praticante de remo, foi fundada por um grupo de atletas portugueses, de lá para cá, foram conquistados 4 Campeonatos Brasileiros, 1 Libertadores, 1 Copa do Brasil, 24 Campeonatos Cariocas, e dezenas de outros títulos.

No dia 21 de agosto de 1898, um grupo de 63 atletas remadores portugueses fundou o Club de Regatas Vasco da Gama, Bairro da Saúde, no Centro do Rio. O nome foi escolhido em homenagem aos 400 anos da primeira viagem realizada pelo almirante português Vasco da Gama, no caminho das Índias Orientais, o primeiro a conseguir tal feito.

Em novembro de 1915, o clube de futebol Lusitânia se uniu ao Vasco, dando origem ao departamento de futebol do Gigante da Colina. Em 3 de maio de 1916, o time estreou contra o Paladino, pela terceira divisão da Primeira Divisão da Liga Metropolitana de Desportos Terrestres (LMDT).

Camisas Negras e Resposta Histórica

Em 1923, 100 anos atrás, na primeira participação do clube que ficou conhecido como Camisas Negras (em alusão ao uniforme), o Vasco foi campeão de forma impressionante do Campeonato Carioca, com 11 vitórias, 2 empates e apenas uma derrota. Com um elenco composto por negros, mulatos, brancos e pobres, o time de São Cristóvão quebrou a hegemonia de América, Fluminense, Botafogo e Flamengo, clubes nos quais atuavam somente jogadores brancos.

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Foto: Reprodução

A conquista dos Camisas Negras “incomodou” os times elitistas da época, um clube originário da periferia vencendo não era tido como normal. Então em 1924, os dirigentes dos clubes rivais resolveram investigar as atividades profissionais e sociais dos Camisas Negras, uma vez que o futebol ainda era amador e os jogadores não podiam receber salário por praticarem o esporte.

Depois de esgotadas todas as possibilidades de retirar o Vasco da disputa, por intermédio do regulamento da Liga Metropolitana, os adversários apelaram para a criação de uma nova entidade, a Associação Metropolitana de Esportes Athléticos (AMEA) e recusaram a inscrição dos vascaínos. Segundo os dirigentes adversários, o time Cruzmaltino era formado por atletas de profissão duvidosa e o clube não contava com um estádio em boas condições.

Nesse contexto, a AMEA solicitou ao Vasco que excluísse doze de seus jogadores da competição que, não por coincidência, eram todos negros e operários. O Club de Regatas Vasco da Gama recusou a proposta prontamente. E através de uma carta histórica do então presidente Cruzmaltino, José Augusto Prestes, o Gigante da Colina mostrou sua total indignação à discriminação racial.

Em 1925 a torcida, junto ao clube, se mobilizou para a construção de um estádio para o Vasco. São Januário foi erguido graças aos próprios vascaínos, que lideraram a campanha de arrecadação de recursos para comprar o terreno em São Cristóvão, escolhido pelo Vasco por ser parecido com seu local de fundação, na zona portuária do Rio.

Foto: Divulgação/Vasco

A carta de resposta as exigências discriminatórias e excludentes ficou, posteriormente, conhecido como “Resposta Histórica”, um verdadeiro marco no futebol brasileiro, momento em que o esporte se tornou verdadeiramente do povo. Dessa forma o clube deu início a sua luta pelos seus principais valores: Respeito, Igualdade inclusão.

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