Por 49 votos favoráveis, nove contrários e uma abstenção, a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou, em discussão única, a incorporação da Fundação Centro Universitário Estadual da Zona Oeste (Uezo) à Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). A medida é prevista no Projeto de Lei 5.071/21, de autoria do Governo do Estado, que agora será encaminhado à sanção do governador Cláudio Castro.
A votação aconteceu depois de muito debate entre os deputados: os parlamentares favoráveis justificaram que, hoje, a Uezo tem uma estrutura física e de pessoal muito precária, além de uma frágil política de assistência estudantil; enquanto os contrários apontaram que, na prática, isso poderia extinguir a Uezo e diminuir o acesso de alunos da Zona Oeste aos cursos superiores, com o possível aumento das notas de corte para ingresso na instituição, como hoje acontece com a Uerj.
“Poucas vezes vi um debate em que os dois lados estão certos”, comentou o presidente da Casa, deputado André Ceciliano (PT), que se absteve da votação. “Eu não teria condições de votar pelo fim de uma universidade, mas reconheço que a Uezo não tem estrutura administrativa, conta com poucos profissionais e alunos. Não há vencedores e nem vencidos. Há duas propostas diferentes para a Uezo”, disse Ceciliano, que cobrou da Uerj uma política de inserção de alunos de baixa renda.
Criada em 2009, a Uezo tem atualmente cerca de dois mil alunos, matriculados em 10 cursos de graduação e três de pós-graduação. O corpo docente é formado por 103 profissionais, todos com doutorado. A instituição também dispõe de 25 técnicos em laboratório, mas não conta com pessoal administrativo efetivo.
Com a medida, a Uerj deverá manter, pelo menos, o mesmo número de cursos de graduação e pós oferecidos pela Uezo atualmente, sem redução do número de vagas e bolsas estudantis. O orçamento da Uezo de 2022, que totaliza R$ 65 milhões, também será transferido à Uerj – para garantir o pagamento dos trabalhadores.
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