Por Anna Grazinoli
A noite desta terça-feira (08) com certeza ficará marcada para sempre na memória de Júlio Drummond e sua família. Portador de esclerose lateral amiotrófica (ELA) – mesma doença que acometeu o ídolo Washington, do Casal 20, Júlio e sua família saíram de Vitória, no Espírito Santo, para ir até o Rio de Janeiro assistir o confronto entre Fluminense e Argentinos Juniors.
“Não tenho palavras. Muito bom. O Fluminense é o maior do mundo para mim”, disse Júlio, bem baixinho.
A doença, já em estágio avançado, afeta o sistema nervoso e enfraquece os músculos e as funções físicas. Júlio, de 63 anos, não tem mais os movimentos dos braços e as pernas, e respira com ajuda de aparelhos, mas nada disso impediu de realizar o sonho de retornar ao estádio.
“A família toda é tricolor por causa dele. Ele passou a paixão incondicional dele para a gente. Ele desde pequeno trazia os filhos. Estar aqui é uma forma de retribuir todas as vezes que ele me levou. Agora é a minha vez de trazê-lo”, conta Ricardo, um dos filhos de Júlio.

Quem proporcionou o momento para Júlio foram os filhos Ricardo e Fernando, que prepararam tudo para levar o pai ao estádio. Ele foi de cadeira de rodas, suporte de oxigênio e acompanhado de sua cuidadora. Ideia que, por pouco, quase não acontece. Semanas atrás, Júlio precisou ser internado em razão de complicações da doença.
O feito ainda é mais impressionante quando se trata de mais de 8h e 500m percorridos do Espírito Santo até o Maracanã. Mas tudo valeu a pena e se tornou inesquecível para a família Drummond.
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