Setembro verde: ambientes esportivos também devem ser inclusivos

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que em Petrópolis há cerca de 70 mil pessoas com algum tipo de deficiência.
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Setembro é o mês dedicado a realização de campanhas que estimulem a inclusão de pessoas com deficiência intelectual e múltiplas. Chamado de Setembro Verde, a iniciativa tem como objetivo dar visibilidade à inclusão dessas pessoas no mercado de trabalho, nas áreas de lazer, educacionais e de saúde, além do âmbito esportivo. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que em Petrópolis há cerca de 70 mil pessoas com algum tipo de deficiência. E o acesso dessa parcela da população em vários setores da sociedade ainda é prejudicado devido à falta de inclusão.

O ambiente esportivo assim como outros setores também deve ser inclusivo. No entanto, os portadores de deficiências ainda encontram dificuldades no acesso a esses locais. A falta de acessibilidade nas academias, por exemplo, é um fator que desestimula a prática esportiva.

“Frequentei por três anos uma academia no Centro de Petrópolis, mas era difícil porque me passavam a série escrita e às vezes eu não conseguia entender”, disse Ronaldo César Rocha da Silva, de 30 anos, que é surdo e mudo. Há oito meses ele começou a frequentar a Academia Körper em Itaipava, única totalmente inclusiva da Cidade Imperial.

Inaugurada em dezembro de 2018, a unidade foi estruturada com equipamentos especiais, corredores amplos, elevadores, estacionamento e banheiro para portadores de necessidades especiais. Atualmente, a academia conta também com uma estagiária de Educação Física – Thalita Dias de Souza, de 19 anos – que se comunica através de Libras e consegue dessa forma garantir um atendimento de qualidade para Ronaldo. “Em nenhuma academia consegui compreender bem o que deveria ser feito. A Körper é a única que encontrei uma pessoa que consegue se comunicar em Libras e utiliza as expressões faciais para guiar meus treinos. É um local muito mais inclusivo”, disse Ronaldo.

Para Thalita os valores da Educação Física – excelência, respeito, amizade, espírito de equipe e a solidariedade – devem ser defendidos e a inclusão é uma forma de garantir isso. “É de extrema importância que todos os ambientes esportivos sejam adaptados para receber todos os grupos da sociedade, incluindo as pessoas com deficiência. O esporte tem o poder de transformar vidas, todos precisam ter essa oportunidade e a opção de poder escolher estar ou não nesses lugares. Eu como profissional da área, penso que é nossa obrigação fazer dos ambientes esportivos o mais inclusivo possível, um ambiente que ofereça de verdade os valores do qual tanto falamos”, ressaltou.

A iniciativa de criar uma academia acessível surgiu com o intuito de melhorar a qualidade de vida e, por consequência, a saúde das pessoas com deficiência intelectual e múltiplas. “As pessoas com deficiência, principalmente os cadeirantes, sentem dificuldades em utilizar os aparelhos das academias convencionais. Esta academia, com uma estação voltada para acessibilidade, auxilia na inclusão, além de estimular a prática esportiva e hábitos saudáveis”, frisa o empresário Vinicius Carvalho. A unidade é administrada também pelos profissionais da Educação Física Anderson Bento e Michel Carneiro.

Além da acessibilidade, a Körper Itaipava é estruturada para receber todos os tipos de público, desde os mais jovens até os mais velhos. Com mais de 600 metros quadrados, a unidade conta com diversos aparelhos de musculação, salas de bike indoor, dança, ginástica, avaliação física e vestiário. A academia terá ainda uma extensa grade de aulas coletivas.

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