A minissérie que conta sobre o caso da Boate Kiss estreia nesta quarta-feira (25), na Netflix. A produção terá duração de cinco episódios e vai contar de maneira ficcional, o que aconteceu no dia 27 de janeiro de 2023, na cidade gaúcha de Santa Maria. Na ocasião, 242 pessoas morreram e 600 ficaram feridas.
Vale ressaltar que nenhum responsável está preso. A produção é baseada em um livro reportagem da jornalista Daniela Arbex, lançado em 2018.
A história apesar de ser contata de maneira fictícia, é baseada nos acontecimentos reais. A produção mostra os familiares das vítimas em busca de justiça. Dessa forma, a séria toca em um ponto muito questionado nos dias de hoje, o sistema judiciário brasileiro e mostra cada etapa do julgamento e a dor da impunidade.
A atriz Bianca Byington vive na série a mãe de uma vítima do incêndio. Em entrevista à CNN, ela afirmou: “A gente tinha essa vivência terrível para representar, mas a gente tinha também a vivência da transformação que essas pessoas passaram, que foram obrigadas a passar. Do luto à luta, eles realmente se viram em uma missão que até hoje está aí. São 10 anos que essas pessoas brigam por justiça”
Daniela Arbex diz que essa tragédia não pode cair em esquecimento. “Eu falo sempre que a dor dói mais quando ela é ignorada. Então, a gente precisa mostrar para o país que a omissão coletiva gera barbárie. Nesse caso, e em todas as outras tragédias do Brasil, se a gente não construir memória, a gente repete”.
Além de ter escrito o livro que a produção da Netflix é baseada, ela também é a diretora criativa da série.
“Essa minissérie desperta a nossa empatia, para que a gente se coloque no lugar daquelas pessoas. E, quando a gente é capaz de se colocar no lugar do outro, a gente se modifica, e a gente modifica um país”, ressaltou Daniela, muito emocionada.
O roteirista Gustavo Lipsztein da série transformou uma tragédia que afetou muitas famílias em cinco episódios de 40 minutos. Dessa maneira, ele buscou um recorte: busca por justiça. “Era importante mostrar que eram indivíduos, não uma estatística. Não são 242, é a Mari, é o Guilherme, é o Marco, é o Felipinho. E essas histórias representam todas, porque na individualidade você vê a coletividade”, explicou.
Comentários estão fechados.