A terceira agremiação a se apresentar no carnaval do Rio foi o Salgueiro. Em seu enredo “Resistência“, a escola retratou os lugares do Rio de Janeiro que se tornaram símbolos históricos da cultura negra, como a Praça XI, palco dos primeiros desfiles das escolas de samba, na década de 1930.

A escola passeou pela Praça Onze, o berço do samba, e bairros como a Saúde, Gamboa e Santo Cristo, que integraram a chamada Pequena África.
O morro do Salgueiro, comunidade localizada na zona Norte, também foi retratado, porque abrigou um quilombo.
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Fundada em 1953, a Vermelho e Branca, na zona norte do Rio, fez uma viagem no tempo e nos espaços da cidade que se constituíram como pontos de resistência da cultura negra.

Conheça o samba do Salgueiro
“Pilão de preto velho eu sou!” Autores: Demá Chagas, Pedrinho da Flor, Leonardo Gallo, Zeca do Cavaco, Gladiador, Renato Galante Um dia meu irmão de cor Chorou por uma falsa liberdade Kao Cabecilê sou de Xangô Punho erguido pela igualdade Hoje cativeiro é favela De herdeiros sentinelas Da bala que marca, feito chibata Vermelho na pele dos meus heróis Lutaram por nós, contra a mordaça Ê mãe preta, mãe baiana Desce o morro pra fazer história Me formei na academia Bacharel em harmonia Eis aqui o meu quilombo, escola Ê Galanga ê… rei Zumbi Obá Preta aqui virou Rainha Xica Sou a voz que vem do gueto Resistência no tambor Pilão de Preto Velho eu sou No Rio batuqueiro Macumba o ano inteiro Não nego meu valor, axé Gingado de malandro Kizomba e capoeira Caxambu e jongo, fé na rezadeira Tempero de Iaiá, não tenho mais sinhô E nunca mais sinhá Sambo pra resistir Semba meus ancestrais Samba pelos carnavais Torrão amado o lugar onde eu nasci O povo me chama assim Salgueiro… Salgueiro… O amor que bate no peito da gente Sabiá me ensinou: sou diferente
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