O presidente da Câmara Municipal, vereador Hingo Hammes, recebeu nesta segunda-feira (16) líderes comunitários para ouvir reivindicações relacionadas ao transporte público. Durante o encontro, que também teve a participação do vereador Domingos Protetor, Hammes voltou a se manifestar contra o reajuste da tarifa de ônibus, que pode passar de R$ 4,40 a R$ 4,95 nos próximos dias, e lembrou os passos dados em 2021 para garantir um sistema mais justo e eficaz, destacando o trabalho para devolver à CPTrans a gestão do sistema de bilhetagem. Para o presidente do Legislativo Municipal, aumentar a tarifa sem garantir a plena prestação dos serviços é uma afronta à população.
Hingo Hammes lembrou que, em 2021, como prefeito interino, travou uma batalha com as empresas de ônibus para evitar reajuste de tarifa e garantir passos concretos para melhorias no sistema de transporte do município, incluindo as ações para que a CPTrans reassuma a gestão do sistema de bilhetagem, o que vai possibilitar acesso a detalhamento de dados que possibilitarão uma análise mais criteriosa do sistema.
“As próprias empresas apresentam cálculos informando que a tarifa poderia ser mais barata. Usamos os argumentos delas para mostrar, em 2021, que não havia razão para reajuste. Havia, sim, embasamento para redução da tarifa. E foi o que conseguimos. Baixamos o valor da passagem de R$ 4,40 para R$ 4,20 e iniciamos um trabalho inédito para garantir transparência nos dados, dando o primeiro passo para devolver à Companhia de Trânsito e Transportes (CPTrans) a gestão do sistema de bilhetagem, que há anos está nas mãos das próprias empresas. Estou convicto de que, com os números reais, temos como planejar as alterações necessárias para que tenhamos um sistema que funcione, que seja economicamente viável e atenda os anseios da população”, afirmou.
Líder comunitário do São Sebastião, Luciano Pires destacou a importância do encontro. “Hoje não temos um serviço de transporte digno. Na verdade, muitas vezes, não temos nenhum transporte. Falar em reajuste nesta situação é um absurdo”, criticou.
Presidente da União das Lideranças, Cássia Hammes lamentou a aprovação do reajuste. “Temos que lutar pela população. Vamos fazer o que for possível”, lembrou.
O presidente da Câmara Municipal explicou que o reajuste pode não ser ilegal, mas é imoral. “As empresas estão dando as cartas. Estão sufocando a população sem fazer sua parte. Fizemos todas as alterações legais necessárias para regularizar a relação entre município e concessionárias, prevendo o vale-educação, que há anos era pago somente por meio judicial e solicitando, na justiça, uma perícia que possibilitasse um ajuste de contas, já que há várias ações da Prefeitura contra as empresas e das empresas contra a Prefeitura, discutindo valores devidos. Reajustar a tarifa sem concretizar estes passos é pular no escuro, sem qualquer garantia de que o sistema vai melhorar”, lamentou.
O reajuste da tarifa foi aprovado pelo Comutran na última semana e comunicado na última sexta-feira à Câmara Municipal, cumprindo rito legal para que o novo valor entre em vigor. As empresas ainda não anunciaram oficialmente quando a nova tarifa passa a vigorar.
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