Na metafísica, impenetrabilidade é a qualidade da matéria pela qual dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço ao mesmo tempo. Na política, esta certeza é desafiada constantemente pela vaidade humana. Vide as eleições municipais 2020 com mais de uma dezena de candidatos (tentando ocupar o mesmo espaço) o que favoreceu um segundo turno com nomes de maior rejeição. Mas nem sempre compor para vencer é o objetivo, certo?
Voltando a realidade – a ideia aqui é simplificar: Para 2024 o sonho de Bomtempo é enfrentar Bernardo Rossi no segundo-turno e vice-versa. Para isso, quanto mais candidaturas dividindo a terceira via melhor. Assim sopram os ventos nos corredores do poder.
Seguindo a mesma linha de Bomtempo em 2020, Bernardo Rossi “jura de pés juntos” nos bastidores que não será candidato. Para muitos uma estratégia batida para levantar a mão, aos 45 do segundo tempo, assim como fez seu adversário e soltar o já tradicional: Se é para o bem de todos…
No entanto, Bomtempo teve que “mover uma peça” para assumir a vaga, Curvello, seu atual Secretário de Saúde – sem mandato ou expressão política, com todo respeito. Já Bernardo Rossi terá pela frente a missão de convencer Hingo Hammes, vereador e ex-prefeito interino, candidatíssimo a prefeito. Vai ser osso!
A questão é saber quem será o nome favorito do Governador Cláudio Castro para a disputa, Hingo ou Bernardo, caso venha realmente a se candidatar.
Rossi tem uma relação pessoal. É amigo, foi sub de estado e tem bagagem política com direito ao poderoso Marcus Von Seehausen de um lado, e do outro, o braço direito do onipotente Rodrigo Bacellar, Matheus Quintal – que colou em Rossi recentemente após deixar a Secretaria de Estado.
Estamos conseguindo traçar um paralelo?
Pois é, toda a força política não esconde a derrota nas eleições 2022 para Alerj e, mesmo com todas as movimentações para colocar na cadeira o suplente Bernardo Rossi, as urnas são transparentes. Bernardo encolheu!
Hingo Hammes conquistou espaço com o governador Cláudio Castro durante o governo interino – uma gestão com pouca rejeição e sem oposição, foi um dos principais nomes na vitoriosa disputa pela reeleição de Cláudio Castro no município, quando teve amplo apoio do povo petropolitano.
Talvez sua grande dificuldade hoje (ainda sem pesquisas) seja medir seu próprio tamanho por não ter passado pelas urnas em 2022.
Opinião: Nós, do Giro no Poder, somos pragmáticos! Trocando em miúdos, um teria mais força política e o outro até o momento, rejeição menor.
Hingo já avisou que não volta para a Câmara e que será candidato à prefeito. Está aí o desenho de uma composição? Ao colocar publicamente suas intenções, Hingo Hammes antecipa a disputa e firma posição. Bernardo, por sua vez, já falou publicamente que não será candidato a prefeito e que apoia Hingo Hammes. Agora a bola quicou para Cláudio Castro na cara do gol. Deixar para última hora pode não ser a melhor solução para garantir adesão.
Ops… quase cometemos o pecado político de não citar o que pode dar errado. Afinal, as eleições da mesa diretora da Câmara foram uma lição para todos nós, certo? Três nomes correm por fora e estão muito bem-posicionados, apesar de menor probabilidade da benção de Cláudio Castro, até o momento.
Fred Procópio: Vice-presidente da Câmara, “o cara” do poderoso deputado federal e presidente do PL-RJ, Altineu Cortes, queridinho do vice-governador Thiago Pampolha e preferido de boa parte dos vereadores. Arriscamos, o mais bem articulado no estado entre os nomes da nova geração no poder.
Eduardo do Blog: Candidato à deputado federal mais votado em 2022, nome escolhido pelo poderoso Luis Carlos Gomes (em breve deputado federal), presidente do Republicanos-RJ, para comandar a sigla em Petrópolis. O cacique é uma das figuras mais respeitadas pelo governador após travar uma batalha interna e recuar Marcelo Crivella da disputa com Castro permitindo a vitória no primeiro turno. O vereador já confirmou que o partido terá projeto próprio.
Leandro Azevedo: Segundo mais votado na disputa para deputado federal em 2022 é primeiro suplente do deputado federal Aureo Ribeiro e, apesar da fragilidade política por falta de um grupo de peso que abrace o projeto, tem chances reais de sentar na cadeira em Brasília até lá. O professor é conhecido por sua obstinação e não costuma recuar. Caso vire deputado é difícil alguém segurar o “trator de Araras”.
Os três também são do grupo do governador e podem sair do banco dependendo da conjuntura até lá. Vale ressaltar que todos, comentam as bocas venenosas, resistem a possibilidade de alinhamento com Bernardo Rossi e a proximidade de Hingo Hammes com o grupo do ex-prefeito também preocupa. No fim, a disposição do governador em colocar peso para qualquer um dos cinco é o que vai contar. E claro, sua disposição também de absorver desgastes e compor com seus grupos políticos à nível estadual. Poderosos do Rio e de Brasília tem interesses na disputa por aqui e, quando o assunto é um orçamento de R$1,4 bi, podemos afirmar sem receio que até o próprio governador terá dificuldade para alinhar um único grupo.
Caso Cláudio Castro decida “lavar as mãos” e deixar “o pau quebrar” entre os aliados, bom… o time da esquerda vai agradecer.
Quem será o candidato do governador? Vamos aguardar!
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