Por Guilherme Campbell
Hoje dia 30, depois de várias horas de debate, o Senado argentino aprovou a lei do aborto com 38 votos a favor, 29 votos contra e 1 abstenção. O projeto de lei permite que as mulheres com menos de 14 semanas de gravidez optassem por interromper a gravidez de acordo com seus desejos pessoais. Tal acontecimento faz com que a Argentina seja um dos poucos países da América do Sul a legalizarem o aborto.
O projeto já havia sido aprovado pela Câmara dos Representantes e apoiado pelo presidente Fernandez. Para a América Latina, o projeto de lei é inovador, pois a região possui as leis de restrição ao aborto mais rígidas do mundo.
Segundo estimativas do Ministério da Saúde argentino, entre 370.000 e 522.000 argentinas fazem abortos ilegais a cada ano e milhares de mulheres são hospitalizadas por complicações causadas por abortos seguros a cada ano, que é a principal causa de morte materna. Em 2018, o Congresso argentino já havia votado pela legalização do aborto. Naquela época, depois que a Câmara dos Representantes da Argentina aprovou o projeto com relutância, o Senado rejeitou o projeto com 38 votos contra e 31 votos a favor.
O projeto de lei foi apresentado pelo presidente Alberto Fernandez e, apesar da forte oposição da Igreja Católica e dos cristãos evangélicos, foi aprovada pela Câmara dos Deputados em 11 de dezembro.
O presidente Fernandez disse: “Sou católico, mas tenho que fazer legislação para todos. Todos os anos, cerca de 38.000 mulheres são enviadas aos médicos para abortos (ilegais). Desde a restauração da democracia (1983), mais de 3.000 morreram em consequência disso. “
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