Diretoria da Fundação Saúde pede demissão após escândalo envolvendo órgão implantados com HIV
Exoneração foi confirmada pelo governador Cláudio Castro (PL)
Em um desdobramento significativo do escândalo envolvendo a liberação de órgãos com HIV para transplante, a diretoria da Fundação Saúde, responsável pela contratação do laboratório PCS Lab Saleme, pediu demissão em massa. O governador Cláudio Castro (PL) aceitou as renúncias, determinando a exoneração de todos os diretores, incluindo o titular João Ricardo da Silva Pilotto.
A crise teve início há cerca de dez dias, quando informações sobre a irregularidade na liberação de órgãos afetados pelo vírus HIV vieram à tona. A situação levou a Polícia Civil a desmembrar o inquérito que apurava falsos laudos e iniciar novas investigações sobre o processo de contratação do laboratório envolvido.
Troca de Comando
As demissões afetam diversos setores da Fundação Saúde, incluindo:
• Diretoria Executiva
• Diretoria Administrativa e Financeira
• Diretoria de Recursos Humanos
• Diretoria de Planejamento e Gestão
• Diretoria Técnico-Assistencial
• Diretoria Jurídica
Conexões Políticas e Financeiras
A contratação do PCS Lab Saleme levantou preocupações adicionais devido à relação próxima entre seus sócios e o ex-secretário de Saúde, Doutor Luizinho. Matheus Sales Teixeira Bandoli Vieira, um dos sócios do laboratório, é primo do deputado federal e líder do PP. Outro sócio, Walter Vieira, é casado com a tia de Luizinho, e ambos têm um histórico de apoio político ao ex-secretário.
O laboratório, que recebeu quase R$ 20 milhões em pagamentos entre 2022 e 2024, foi contratado apenas três meses após a saída de Luizinho da secretaria de Saúde. A irmã do deputado, Débora Lúcia Teixeira, também ocupa um cargo na Fundação Saúde, ampliando o escopo das investigações sobre possíveis conflitos de interesse.
A Repercussão do Caso
O escândalo provocou uma onda de indignação entre a população e chamou a atenção de órgãos de controle e autoridades sanitárias. A necessidade de maior transparência e fiscalização nos contratos de saúde pública foi enfatizada em diversos setores, enquanto a sociedade clama por respostas e responsabilidades.
O futuro da Fundação Saúde e de seus novos dirigentes agora permanece incerto, enquanto as investigações continuam e a sociedade aguarda um posicionamento do governo sobre a segurança e a ética nos procedimentos de saúde pública.
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