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Petrópolis,03/10/2024

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Conheça o lago em um penhasco nos EUA que é, na verdade, uma das maiores baterias do mundo

Vital para a energia sustentável de milhões de residências


Conheça o lago em um penhasco nos EUA que é, na verdade, uma das maiores baterias do mundo Foto: Divulgação
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No alto de um penhasco, a centenas de metros acima do Lago Michigan, encontra-se uma estrutura impressionante: a Usina de Armazenamento Bombeado de Ludington. Este local não é apenas um reservatório de água; ele é uma das maiores “baterias” do mundo. Através de um processo de armazenamento reversível de energia hidrelétrica, a usina desempenha um papel crucial no fornecimento de eletricidade para milhões de residências.

Como funciona a usina de armazenamento bombeado de Ludington?

A Usina de Armazenamento Bombeado de Ludington opera desde 1973 e pode ser descrita como uma enorme bateria que utiliza física simples em vez de química complexa. Durante a noite, quando a demanda por eletricidade é baixa, a energia excedente da rede é usada para bombear água do Lago Michigan para um reservatório superior, localizado a 110 metros de altura. Durante o dia, quando a demanda por eletricidade aumenta, a água é liberada de volta para o lago, passando por seis turbinas que geram energia hidrelétrica.

Este processo não apenas armazena energia, mas também a disponibiliza quando é mais necessária. Segundo a Consumers Energy, coproprietária da usina, cada unidade move a superfície do reservatório cerca de 30 centímetros por hora em condições normais de operação. Em plena capacidade, a usina pode fornecer eletricidade para aproximadamente 1,7 milhão de residências, destacando-se como uma peça vital na infraestrutura energética de Michigan.

A Importância da Usina na Infraestrutura Energética de Michigan

Através de um processo de armazenamento reversível de energia hidrelétrica, a usina desempenha um papel crucial no fornecimento de eletricidade para milhões de residências.

A eletricidade em Michigan provém majoritariamente de usinas movidas a combustíveis fósseis e nucleares. Estas fontes, por serem relativamente constantes, permitem que a usina de Ludington bombeie água à noite e gere energia durante o dia. Este equilíbrio é essencial para atender à demanda energética diária sem sobrecarregar a rede.

Contudo, com a crescente inclusão de energias renováveis, como solar e eólica, a operação da usina pode ser ajustada. Por exemplo, a usina poderia ser recarregada ao meio-dia, utilizando energia solar, e descarregada à noite, quando a demanda por eletricidade é maior. Essa flexibilidade é fundamental para a adoção generalizada de fontes de energia renováveis, pois permite que a energia solar e eólica, que são intermitentes, sejam armazenadas e utilizadas conforme necessário, reduzindo a dependência de usinas de reserva movidas a combustíveis fósseis.

A Evolução e o futuro do armazenamento de energia

O armazenamento de energia em grande escala é um componente crucial para a transição para uma matriz energética mais limpa. Segundo o Departamento de Energia dos Estados Unidos, será necessário adicionar centenas de gigawatts de capacidade de armazenamento até 2050 para alcançar os objetivos de energia limpa do país. A usina de Ludington, com sua capacidade de armazenamento reversível, serve como um exemplo de como este tipo de tecnologia pode ser expandido e modernizado.

Em 2022, 43 usinas hidrelétricas reversíveis representavam 96% da capacidade de armazenamento de energia em escala comercial nos EUA. Embora novas instalações de armazenamento de baterias tenham surgido entre 2020 e 2022, as usinas reversíveis continuam a desempenhar um papel fundamental. Muitas dessas instalações foram construídas entre 1960 e 1990, e algumas, como a de Ludington, foram recentemente modernizadas para aumentar a capacidade e integrar fontes de energia renováveis.

Impacto ambiental e sustentabilidade

A sustentabilidade é um fator chave na operação da usina de Ludington. Durante os meses de abril a outubro, uma barreira é instalada para proteger a fauna aquática, impedindo que os peixes entrem no canal de entrada e saída. Esta medida é essencial para preservar o ecossistema do Lago Michigan, demonstrando o compromisso da usina com práticas ambientais responsáveis.

Além disso, a modernização da usina não apenas aumentou sua capacidade de armazenamento, mas também melhorou sua eficiência. Ao adaptar suas operações para incorporar energias renováveis, a usina de Ludington está na vanguarda da transição para uma matriz energética mais sustentável. Este esforço é crucial não apenas para reduzir a pegada de carbono da usina, mas também para estabelecer um modelo que outras instalações podem seguir.

Comentário do Engenheiro e CEO da ENERCONS Ivo Pugnaloni

Para o CEO da ENERCONS, engenheiro eletricista Ivo Pugnaloni, a carga no sistema elétrico que essa nova unidade industrial vai acrescentar não poderá ser sustentada por geração solar, altamente influenciada por dias nublados, chuvosos e pelo inexorável horário depois das 16 horas, quando o sol vai se pondo.  “Só fontes hidrelétricas ou termelétricas podem suprir cargas como essa, pois são permanentes. Resta saber se o Ministério de Minas e Energia vai preferir gerar energia elétrica com água nacional, ou com derivados de petróleo importados, caríssimos e poluentes” comentou.

Pugnaloni lamentou estar ainda paralisada nas assessorias do MME , há três anos, a precificação das externalidades ( benefícios e prejuízos adicionais ao meio ambiente) de cada fonte. “Talvez seja a ação dos poderosos “lobbies” aos quais se referiu o próprio ministro Silveira na sua excelente entrevista à CNN, semana passada”, disse o executivo que foi diretor de planejamento da COPEL, concessionária do Paraná. 

“Não há como negar que as assessorias do MME estarão fazendo o governo incorrer em grave risco de judicialização caso o Leilão de Reserva de Capacidade não venha a atender ao artigo 26, parágrafo 1-G que determina que todos os benefícios ambientais e de garantia de fornecimento sejam considerados, nos certames como esse, que envolvem centenas de bilhões de reais em energia elétrica, disse ele. 

“Vejam leitores o que diz a Lei 9784/99 Art. 26 § 1º-G. “O Poder Executivo federal definirá diretrizes para a implementação, no setor elétrico, de mecanismos para a consideração dos benefícios ambientais, em consonância com mecanismos para a garantia da segurança do suprimento e da competitividade, no prazo de 12 (doze) meses, contado a partir da data de publicação deste parágrafo. Se isso não aconteceu, o MME corre o risco de um mandado de segurança interromper todo esse processo de compra enorme, pois a data de publicação deste parágrafo foi 01.03.21. E quem aviusa, geralmente, amigo é”, adendou.

“O atual governo brasileiro precisa entender, de uma vez por todas, que não basta geração solar e eólica para fazer a transição energética, pois elas são fontes intermitentes. Param de uma hora para a outra de produzir. Essas duas fontes são muito boas, mas tem esse grave defeito. Sem novas hidrelétricas para completar a geração faltante da solar e eólica a cada momento, a nossa matriz vai ter que usar cada vez mais termelétricas que já são, graças às manobras desses lobbies, mais de 37% da capacidade instalada do Brasil”, concluiu preocupado Ivo Pugnaloni.


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