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Os advogados de defesa de Lourival Correa Netto Fática, assassino confesso da advogada Anic de Almeida Peixoto Herdy, de 55 anos, informaram nesta terça-feira (24) que o mandante do crime seria o viúvo da vítima. Segundo a defesa, o homem teria ordenado a morte de Anic em janeiro, utilizando um falso sequestro como meio de encobrir o homicídio.

A advogada de defesa revelou que o plano, elaborado por Lourival em conjunto com o marido de Anic, não teve sucesso porque a filha do casal gravou uma conversa comprometedora entre o pai e o principal suspeito. No diálogo, eles tentaram difamar Anic e convencer a filha de que a mãe teria forjado o sequestro para fugir com um amante.

Embora a motivação exata do crime ainda não tenha sido esclarecida, a defesa afirma que, segundo Lourival, está relacionada a um "grave problema familiar". Além disso, a defesa alega que o corpo da vítima estaria enterrado e concretado em Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro. “Ele pega a Anic na saída do shopping, vai direto para um hotel em Itaipava, onde a mata com um soco no pescoço e coloca o corpo no carro. O corpo foi enterrado e concretado. Ele vai revelar o local para que a polícia e a Justiça possam retirar o corpo, que está inteiro, não foi cortado nem queimado”, explicou a advogada.

Ainda de acordo com a defesa, uma perícia será realizada nos próximos dias no hotel em Itaipava, com o objetivo de encontrar vestígios do crime. A advogada Flávia Fróes destacou que há evidências físicas que ligam o local ao assassinato de Anic, e os peritos poderão confirmar a presença de elementos que reforçam a versão do acusado. “Estive ontem em Petrópolis com o juiz, e provavelmente essas diligências serão realizadas ainda esta semana. Já há tratativas com a Polícia Civil para que tudo seja feito o mais rápido possível no hotel. No local, será possível verificar a presença de sangue e material genético, mesmo após a limpeza do ambiente”, afirmou.

O caso

Anic de Almeida Peixoto Herdy estava desaparecida desde o dia 29 de fevereiro deste ano, quando foi vista pela última vez em um shopping da Cidade Imperial. As investigações do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) apontam que o mentor do crime, funcionário da família das vítimas há cerca de três anos, aproveitou-se da confiança depositada e do conhecimento da rotina familiar para planejar o crime. Ele teria contado com o auxílio dos filhos e de uma mulher, com quem mantinha um relacionamento amoroso, para a execução do plano.

O desaparecimento de Anic ocorreu em 29 de fevereiro, mas o caso só foi reportado à Polícia Civil em 14 de março. A ideia de adiar a denúncia partiu do próprio funcionário, retardando o início das investigações. As diligências realizadas pelo MPRJ e pela Polícia Civil indicam que o mentor do sequestro e os demais acusados foram os verdadeiros beneficiários do valor pago como resgate. Entretanto, parte do valor pago pela família de Anic para que ela fosse resgatada, foi devolvido aos familiares da advogada, após agentes da 105ª Delegacia de Polícia, de Petrópolis, através de um trabalho de inteligência, localizarem a quantia de quase R$ 800 mil e realizarem a devolução. O valor havia sido investido em bitcoins.

A família da vítima pagou aproximadamente R$ 4,6 milhões para que ela fosse libertada, o que, no entanto, não ocorreu até que a denúncia fosse formalizada. De R$ 4,6 milhões pagos pela família, outro montante foi gasto em um carro de luxo e uma moto, além de 950 aparelhos celulares, que seriam levados para a loja do autor do crime, em Teresópolis, também na Serra Fluminense.

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