As chamas que atingem, desde o início deste mês, a Área de Proteção Ambiental da Serra dos Órgãos (Parnaso), localizada na região costeira do Rio de Janeiro, requer a aceleração de esforços de diversos órgãos locais e federais, como o Corpo de Bombeiros e o Instituto Brasileiro de Preservação Ambiental e Recursos Naturais (Ibama).

De acordo com o biólogo Ernesto Viveiros de Castro, que lidera a unidade de conservação, o incêndio chegou a áreas de dificílimo acesso apesar do combate contar com equipes especializadas para descer a montanha e fazer a observação da situação. A ausência de chuva desde o domingo contribuiu para intensificar a propagação do fogo. O Parnaso inclui áreas dos municípios de Guapimirim, Magé, Petrópolis e Teresópolis.

Em uma entrevista ao repórter Léo Rodrigues, do órgão de notícias estatal Agência Brasil, Castro revelou que o incêndio alcançou áreas que não costumam queimar e comentou sobre a dificuldade do trabalho dos brigadistas e bombeiros.

Medidas tomadas pelas autoridades

Na semana anterior, o governo do Rio de Janeiro fez um gabinete de crise e declarou que há suspeitos sendo investigados pela polícia por provocar incêndios florestais no estado. Desde a última quinta-feira (12), foram cometidos1.280 incêndios florestais no estado e, como medida de segurança, o governo decidiu reabrir 40 unidades de conservação estaduais, com previsão de reabertura.

No cenário federal, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Luís Roberto Barroso, reforçou a necessidade de ação do Poder Judiciário no combate às queimadas criminosas no país.

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, alegou que o Brasil está enfrentando uma crise climática. Ela se colocou favorável ao endurecimento da pena por fogo intencional e informou que o presidente Lula anunciou uma medida provisória para criar o Estatuto Jurídico das Emergências Climáticas.

Na última semana, o Brasil concentrou a maior parte das queimadas registradas na América do Sul. De acordo com dados do sistema BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foram 7.322 focos de incêndio nas últimas 48 horas até a sexta-feira (13).

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