A Super Quarta desta semana promete movimentar o cenário econômico global, com decisões importantes sobre as políticas monetárias dos Estados Unidos e do Brasil. A expectativa é de que o Federal Reserve (Fed) promova um corte de 0,25% nos juros, enquanto o Banco Central do Brasil deve optar por uma elevação de 0,25%. Segundo Fernando Bento, CEO e sócio da FMB Investimentos, essas medidas, embora conservadoras, são reflexo de uma postura cautelosa diante de cenários econômicos desafiadores em ambos os países.

“O presidente do Fed, Jerome Powell, até sinalizou a possibilidade de um corte maior, de 0,50%, para impulsionar a economia de forma mais rápida, no entanto, uma redução mais modesta é uma decisão prudente, que visa evitar especulações sobre uma recessão mais severa e manter a confiança dos investidores”, explica Fernando Bento. Nos Estados Unidos, o Fed enfrenta uma economia em desaceleração e uma inflação enfraquecida. Isso faz com que o consenso seja em torno de um corte de 0,25% nos juros. 

Já no Brasil, o contexto é diferente. A inflação segue fora da meta, e a alta recente do dólar elevou os custos de produtos importados, pressionando a economia. Diante desse cenário, o Banco Central deverá optar por uma elevação de 0,25% nos juros. “Um aumento mais agressivo, de 0,50%, até poderia ser esperado por alguns analistas, mas a decisão de manter um ajuste menor faz sentido, ela equilibra o combate à inflação sem sufocar o crescimento econômico, que ainda está em um momento de recuperação”, aponta o CEO da FMB.

Fernando Bento ressalta que, tanto nos EUA quanto no Brasil, a abordagem moderada permite que os bancos centrais mantenham a flexibilidade para ajustes futuros, se necessário. “Os dois países estão em um momento delicado de transição econômica. A cautela é importante, já que decisões mais agressivas poderiam trazer efeitos adversos, como o enfraquecimento do crescimento econômico no Brasil ou uma perda de confiança nos mercados americanos”, afirma.

As expectativas para as decisões da Super Quarta são grandes, com investidores e analistas atentos aos desdobramentos dessas políticas. “Os ajustes graduais indicam que tanto o Fed quanto o Banco Central do Brasil estão preocupados em não prejudicar suas economias, e estão deixando espaço para reavaliar as medidas à medida que os cenários se desdobrem”, finaliza Bento.

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