O dia em que Santos Dumont contornou a Torre Eiffel, em Paris, com seu dirigível N-5
O dirigível N-5 era uma aeronave de 33 metros de comprimento e 622 metros cúbicos de volume, equipada com um motor a gasolina de 16 cavalos de potência
Foto: Reprodução
Em 13 de julho de 1901, a cidade de Paris foi palco de um dos momentos mais emblemáticos da história da aviação. Alberto Santos Dumont, o inovador brasileiro conhecido por suas contribuições pioneiras no campo da aviação, realizou um feito extraordinário ao contornar a Torre Eiffel com seu dirigível N-5.
Santos Dumont, nascido em 20 de julho de 1873 em Minas Gerais, sempre foi fascinado pelo voo. Desde cedo, ele se dedicou a experimentar e desenvolver aeronaves mais eficientes e seguras. Em 1898, ele construiu seu primeiro dirigível, mas foi com o N-5 que ele alcançou um dos seus maiores triunfos.
O dirigível N-5 era uma aeronave de 33 metros de comprimento e 622 metros cúbicos de volume, equipada com um motor a gasolina de 16 cavalos de potência. Este dirigível representava a quinta versão de uma série de experimentos realizados por Santos Dumont, cada um aprimorando os erros e aprendizados dos modelos anteriores.
A manhã de 13 de julho de 1901 amanheceu com expectativas. O desafio era simples, mas ambicioso: partir do campo de Saint-Cloud, contornar a Torre Eiffel, um ícone da modernidade e engenharia da época, e retornar ao ponto de partida, tudo isso em menos de 30 minutos. Esse feito provaria a dirigibilidade de uma aeronave, um conceito ainda em desenvolvimento na época.
A tentativa anterior de Santos Dumont com o dirigível N-4 havia falhado devido a problemas técnicos. Porém, com o N-5, ele estava determinado a fazer história. Ao levantar voo, o N-5 mostrou-se estável e responsivo aos comandos de Santos Dumont. A cidade de Paris observava ansiosa enquanto o dirigível se aproximava majestuosamente da Torre Eiffel. Com precisão, Santos Dumont contornou a estrutura metálica, completando a volta e retornando ao campo de Saint-Cloud.
Apesar do sucesso no contorno da Torre, o tempo gasto na manobra foi superior ao exigido para ganhar o prêmio de 100 mil francos oferecido pelo magnata Henri Deutsch de la Meurthe. Mesmo assim, a façanha de Santos Dumont foi amplamente celebrada como um avanço significativo na aviação.
O sucesso do voo do N-5 não apenas solidificou a reputação de Santos Dumont como um dos pioneiros da aviação, mas também inspirou outros inventores e aviadores ao redor do mundo a continuarem explorando e desenvolvendo novas tecnologias aéreas. A Torre Eiffel, já um símbolo de progresso e inovação, tornou-se também um marco na história da aviação graças ao feito de Santos Dumont.
Em reconhecimento às suas contribuições, Santos Dumont continuou a receber honrarias e a ser lembrado como um visionário que ajudou a moldar o futuro do voo. Hoje, seu legado permanece vivo, inspirando novas gerações a olhar para o céu e imaginar as possibilidades infinitas da exploração aérea.
Na verdade, o 14-Bis é mais conhecido por ser a aeronave com a qual Santos Dumont realizou o primeiro voo público de um avião mais pesado que o ar, em 23 de outubro de 1906, no Campo de Bagatelle, em Paris. Este evento é frequentemente citado como um marco na aviação porque foi a primeira vez que uma aeronave desse tipo voou de forma autônoma, sem a necessidade de uma rampa ou catapulta para decolar, em frente a uma grande audiência e com documentação oficial.
A viagem em Paris e o dirigível N-5
O evento de 13 de julho de 1901, em que Santos Dumont contornou a Torre Eiffel, foi realizado com seu dirigível N-5. Dirigíveis são aeronaves mais leves que o ar, cheias de gás, que podem ser controladas em voo. Este foi um marco significativo porque demonstrou a dirigibilidade dos balões, algo que era uma grande preocupação na época.
Por que o 14-Bis é mais conhecido?
1. Primeiro voo de um avião mais pesado que o ar: O 14-Bis foi a primeira aeronave a realizar um voo público, sustentado e documentado, mais pesado que o ar. Em 23 de outubro de 1906, Santos Dumont voou aproximadamente 60 metros a uma altura de cerca de 3 metros. Esse feito foi significativo porque provou que era possível voar com uma máquina mais pesada que o ar sem ajuda externa, como rampas.
2. Reconhecimento oficial: O voo do 14-Bis foi reconhecido pelo Aeroclube da França, a principal autoridade aeronáutica da época, conferindo a Santos Dumont o prêmio Archdeacon por este feito.
3. Inovação técnica: O 14-Bis era uma aeronave inovadora, com asas tipo biplano e um motor que permitia propulsão independente. Isso representava um avanço significativo em relação aos dirigíveis, que dependiam de gases mais leves que o ar para se manterem no céu.
4. Impacto na aviação: O sucesso do 14-Bis incentivou outros inventores e pioneiros da aviação a desenvolverem suas próprias máquinas voadoras, acelerando o progresso tecnológico no campo da aviação.
Embora Santos Dumont tenha realizado um feito significativo com o dirigível N-5 ao contornar a Torre Eiffel, foi o 14-Bis que solidificou seu lugar na história como um dos maiores pioneiros da aviação. O voo do 14-Bis demonstrou a viabilidade do voo com máquinas mais pesadas que o ar, abrindo caminho para o desenvolvimento de aviões modernos.
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