A Câmara de Dirigentes Lojistas de Petrópolis (CDL Petrópolis) recebeu na tarde desta terça-feira (25), o neurocientista José Mauro Braz de Lima para uma palestra sobre alcoolismo e uso de drogas no ambiente corporativo. O evento, que faz parte da Semana Nacional de Políticas sobre Drogas, reuniu profissionais interessados em entender melhor os efeitos dessas substâncias na saúde e como afetam o trabalho. País de dimensões continentais, o uso de álcool acarreta consequências proporcionais à sua extensão: segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população brasileira é estimada em 205 milhões, com cerca de 14%, aproximadamente 29 milhões, consumindo bebidas alcoólicas de forma regular. Os "bebedores de risco" representam cerca de 40 milhões de brasileiros. O consumo de álcool é considerado caso de saúde pública no Brasil.

“No espectro do alcoolismo, as consequências são violência, acidentes, doenças, comprometimento do trabalho, a colocação de outras vidas em risco, além da influência na vida em família e na sociedade”, afirmou o neurocientista. José Mauro demonstrou com dados oficiais, as consequências psicológicas  que álcool e drogas representam. “Em 2021, o SUS registrou 400,3 mil atendimentos a pessoas com transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de drogas e álcool. Esses números evidenciam a gravidade da situação e a necessidade de conscientização e intervenção”, afirmou. PhD, o neurocientista é especialista em problemas relacionados ao álcool e outras drogas (PRADs), integra o Grupo de Trabalho de Drogas do Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (CRM-RJ) e  é diretor científico do Instituto Brain Connect de Neurologia

José Mauro também abordou o impacto do consumo de álcool no ambiente de trabalho, destacando que 7,4 milhões de trabalhadores admitiram já ter tido prejuízo no trabalho devido ao consumo de álcool. Além disso, o uso de risco de álcool e outras drogas afeta até 15% dos empregados. “Esse consumo aumenta em cinco vezes as chances de acidentes de trabalho, sendo responsável por 50% do absenteísmo e das licenças médicas, conforme dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Consideramos também outras consequências que não estejam ligadas diretamente a acidentes de trabalho, mas que causam prejuízos às empresas, além de danos à saúde e vida profissional dos usuários e a todo o seu entorno”, destacou.

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