Profissionais de fisioterapia que atuam no Hospital Santa Teresa (HST), em Petrópolis, Região Serrana do Rio de Janeiro, relatam uma possível redução no valor pago por hora de trabalho. Segundo os relatos, a mudança teria sido comunicada pela empresa FMV, responsável pela contratação dos fisioterapeutas por meio de terceirização. O hospital, por sua vez, nega qualquer irregularidade no contrato com a empresa e afirma que os pagamentos seguem conforme o previsto.

De acordo com os profissionais, o valor repassado por hora de trabalho teria sido reduzido de R$ 16,66 para R$ 12,50. Vale destacar que, conforme o Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 2ª Região (Crefito-2), o piso salarial da categoria no estado do Rio de Janeiro é de R$ 3.044,78 para uma carga horária de 30 horas semanais, o que representa cerca de R$ 22,55 por hora. Mesmo antes da suposta redução, o valor praticado já estaria abaixo do piso indicado.

Os trabalhadores também alegam que os repasses referentes à produtividade do Sistema Único de Saúde (SUS) não estariam sendo realizados. Ainda segundo os relatos, a ausência desses repasses teria sido usada pela empresa como justificativa para a diminuição no valor pago aos profissionais.

Outra reclamação recorrente refere-se à falta de supervisão da Coordenadoria de Fisioterapia. “Além da precarização salarial, o setor sofre com a ausência de supervisão. A Coordenadora de Fisioterapia raramente comparece ao hospital, deixando a equipe sem orientação e os pacientes sem o devido acompanhamento”, afirmou um dos profissionais, sob condição de anonimato.

Em nota oficial, o Hospital Santa Teresa negou qualquer irregularidade contratual com a empresa terceirizada responsável pelos serviços de fisioterapia. A unidade afirmou que não houve alteração nos termos do contrato firmado com a empresa e que os pagamentos são realizados de acordo com o que foi previamente estabelecido.

“Nós, do Hospital Santa Teresa, esclarecemos que o serviço de fisioterapia é realizado por meio de uma empresa terceirizada em nossa unidade. Não ocorreu qualquer tipo de redução ou alteração do valor do contrato de prestação de serviços e os pagamentos são realizados seguindo rigorosamente as regras do contrato. Cabe ressaltar que os SLAs contratados são devidamente acompanhados pela gestão do contrato. Quanto ao débito relacionado ao SUS, trata-se de uma questão pública já judicializada e em processo de resolução junto à 4ª Vara Cível de Petrópolis”, informou a instituição.

A equipe de reportagem entrou em contato com a FMV, empresa responsável pelos pagamentos dos profissionais de fisioterapia, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria. O espaço permanece aberto para esclarecimentos.

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