Kawó – o rei chama, terceira parte da Trilogia dos Orixás — iniciada com a cena curta Jogo da Velha e seguida por Omi – do leito ao mar — reúne mais um momento premiado dessa poderosa jornada cênica.

O espetáculo teatral voltado para o público infantojuvenil recebeu, recentemente, 17 indicações na 9ª edição do Prêmio CBTIJ, incluindo Melhor Espetáculo, Melhor Direção, Melhor Elenco, Melhor Direção de Produção e três indicações em Atuação Cênica, entre outras.

A trama é centrada na trajetória do orixá Xangô, importante divindade da mitologia do povo Iorubá Nagô, símbolo da justiça, do fogo e do trovão. Com um elenco formado exclusivamente por atores e atrizes negros, a peça celebra a herança ancestral desse povo, transportando o público para uma Nigéria mítica. Lá, uma família prepara um grande banquete ao redor do fogo, enquanto relembra antigas histórias que perpetuam Xangô como um grande homem — e um deus ainda maior. Cada itan (mito da tradição iorubá) revela as glórias, imperfeições e a jornada dessa figura até se tornar orixá.

Sinopse

Kawó – o rei chama apresenta uma África ancestral e imaginária, narrando os preparativos para o “Dia do Obá Xangô”. Uma família — composta por uma mãe, quatro filhos e um avô — dedica-se, desde o amanhecer, aos preparativos da grande festividade. Sob o comando da matriarca, todos trabalham para garantir que a celebração seja perfeita. Enquanto cozinham e decoram o quintal para a festa da fogueira ao entardecer, relembram as histórias que construíram a trajetória do menino Xangô até se tornar um dos mais respeitados e cultuados orixás. Histórias de batalhas, amores e relações familiares costuram o cotidiano dessa família, levantando reflexões sobre os limites do poder e sobre como é possível errar mesmo tentando fazer o bem.

Palavra do Diretor

Gabriel Mendes — diretor, dramaturgo e idealizador — afirma:

"Nosso espetáculo dialoga com o entendimento de que no saber informal há um conhecimento incalculável, e não existe presente ou futuro possíveis sem compreender a própria origem e ancestralidade — o que historicamente foi negado àqueles que descendem dos homens e mulheres trazidos do continente africano como escravizados ao Brasil. São histórias que precisam ser contadas aos jovens para que se reconheçam no que ouvem e percebam que a nossa história começou antes mesmo de termos começado."

"Kawó – o rei chama nasce do desejo de apresentar outros reis e rainhas às nossas crianças — reis e rainhas negros, assim como os atores no palco, protagonistas de suas próprias histórias e com voz para contá-las ao mundo inteiro."

Serviço:

4 de maio (domingo) 16h

Centro Cultural Sesc Quitandinha

Avenida Joaquim Rolla, 2 – Quitandinha, Petrópolis

R$ 15 (inteira) / R$ 7,50 (meia)

Classificação: Livre

Duração: 65 minutos

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