Sexta-feira Santa: um dia de reflexão, fé e significado histórico no Cristianismo
Para os cristãos, a Sexta-feira Santa é o ápice da chamada Semana Santa

A Sexta-feira Santa é uma das datas mais solenes e significativas do calendário cristão. Comemorada na sexta-feira que antecede o Domingo de Páscoa, a data marca a crucificação de Jesus Cristo, um dos momentos centrais da fé cristã. Mais do que um feriado religioso, a Sexta-feira Santa representa um convite à reflexão sobre o sacrifício, o amor e a redenção.
O Significado Religioso
Para os cristãos, a Sexta-feira Santa é o ápice da chamada Semana Santa, que começa no Domingo de Ramos e termina no Domingo da Ressurreição. É o dia em que se acredita que Jesus foi julgado, condenado e crucificado pelos romanos, após ser entregue por Judas Iscariotes e traído por um beijo.
A data é vista como um momento de profundo luto e contemplação, já que simboliza o sofrimento de Cristo para a salvação da humanidade. Muitas igrejas realizam celebrações especiais, como a Via Sacra — que relembra as 14 estações do caminho de Jesus até o Calvário —, além de missas com rituais silenciosos, jejum e abstinência de carne, como forma de penitência.
O Contexto Histórico
Historicamente, a crucificação de Jesus é situada entre os anos 30 e 33 d.C., durante o domínio do Império Romano na Palestina. De acordo com os relatos bíblicos, Jesus foi preso após a Última Ceia, interrogado pelas autoridades religiosas judaicas e levado ao governador romano Pôncio Pilatos, que autorizou sua execução.
A pena de crucificação era comum entre os romanos e aplicada a criminosos, rebeldes e escravos. No caso de Jesus, sua condenação teve motivações tanto religiosas quanto políticas. Enquanto líderes judeus o viam como uma ameaça à tradição, os romanos temiam uma revolta popular, uma vez que muitos já o reconheciam como o "Rei dos Judeus".
O local da crucificação, conhecido como Gólgota — ou Calvário —, ficava fora dos muros de Jerusalém. Ali, segundo os evangelhos, Jesus morreu por volta das três horas da tarde, após sofrer tortura e carregar sua cruz.
Tradições e Costumes
Em diversas partes do mundo, a Sexta-feira Santa é marcada por manifestações culturais e religiosas que variam de acordo com a tradição local. No Brasil, por exemplo, é comum que fiéis façam encenações da Paixão de Cristo, organizadas por comunidades e paróquias. Em outros países, como as Filipinas e a Espanha, as procissões ganham forte carga emocional e simbólica.
A abstinência de carne, praticada por muitos católicos, remonta a antigos rituais de sacrifício e penitência, simbolizando a renúncia em memória ao sofrimento de Jesus. O silêncio, a oração e o recolhimento são incentivados nesse dia, que antecede o luto do sábado e a alegria da ressurreição celebrada no domingo.
Um Dia para Lembrar e Agradecer
A Sexta-feira Santa, mais do que lembrar a morte de Jesus, é uma oportunidade de agradecer por seu gesto de amor incondicional. É um chamado à reconciliação, à esperança e à renovação da fé. Para os cristãos, é a certeza de que, mesmo diante do sofrimento e da dor, a ressurreição é possível — e com ela, a promessa de vida eterna.
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