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Petrópolis,24/04/2025

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Comer chocolate é bom para a visão?

Pesquisa inédita revela que o cacau não previne a Degeneração Macular, mas beneficia outras condições oculares e sistêmicas. Entenda


Comer chocolate é bom para a visão? Foto: Divulgação

O chocolate amargo ou meio amargo, com 60% de cacau, faz bem para a circulação, melhora a saúde cardíaca e a cognição, diminui a hipertensão arterial, ajuda a controlar a depressão e alivia diversas condições oculares, afirma o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, membro do CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia) e diretor executivo do Instituto Penido Burnier. Ainda assim, o especialista recomenda consumir com moderação — cerca de quatro quadradinhos por dia.

Apesar de o chocolate amargo prevenir diversas alterações na saúde que podem estar relacionadas à DMRI (Degeneração Macular Relacionada à Idade), ele não tem efeito preventivo direto sobre a doença. Essa é a principal constatação do COSMOS, estudo inédito conduzido por pesquisadores do Brigham and Women’s Hospital, de Harvard, recentemente publicado no JAMA, periódico da Academia Americana de Medicina.

A pesquisa

Durante 3,6 anos, o estudo randomizado, duplo-cego e controlado por placebo acompanhou 21.442 adultos — 12.666 mulheres e 8.776 homens com 60 anos ou mais. Os pesquisadores investigaram se a suplementação diária com 500 mg de flavonoides do cacau e 80 mg de epicatequina poderia prevenir o aparecimento ou a progressão da DMRI.

Ao final do estudo, foram diagnosticados 344 casos da doença: 316 novos e 28 progressões. A incidência foi de 1,5% no grupo que recebeu a suplementação com cacau e 1,7% no grupo controle — diferença considerada estatisticamente irrelevante.

Degeneração macular e fatores de risco

Queiroz Neto afirma que o resultado da pesquisa confirma que a DMRI é uma doença multifatorial. Está relacionada ao envelhecimento, diabetes, pele e olhos claros, fatores genéticos, tabagismo (que dobra o risco), exposição solar sem proteção UV, dieta rica em gorduras saturadas e pobre em folhas verde-escuras (ricas em luteína e zeaxantina), colesterol alto e hipertensão arterial.

A doença é caracterizada pela perda da visão central, causada pela degeneração da mácula — uma pequena área no centro da retina responsável pela visão de detalhes. Segundo o médico, a DMRI pode ser do tipo seca, que forma drusas e causa alterações no epitélio pigmentar da retina (EPR), ou do tipo exsudativa, menos comum e mais grave, que forma uma membrana neovascular na retina.

Ambos os tipos não têm cura, e o tratamento com injeções antiangiogênicas e aplicação de laser visa conter a progressão da doença. O primeiro sinal de alerta é enxergar linhas retas como se estivessem tortas. “Quem segue o tratamento pode morrer enxergando”, afirma o oftalmologista.

Miopia sob controle

Queiroz Neto destaca ainda que o chocolate amargo ou meio amargo contém triptofano, substância que estimula a produção de dopamina — essencial para o controle do crescimento axial do olho — além de endorfinas, que promovem sensação de bem-estar.

Ação antioxidante e catarata

O chocolate também pode ajudar a adiar o surgimento da catarata, opacificação do cristalino, devido à sua ação antioxidante. Essa ação desacelera o acúmulo celular que torna o cristalino opaco com o passar dos anos.

A cirurgia de catarata é considerada bastante segura. No entanto, os exames pré-operatórios e a escolha da lente intraocular são fundamentais, pois a cirurgia representa uma oportunidade única de obter melhor visão para o resto da vida.

Sinais de catarata incluem: troca frequente de óculos, dificuldade para dirigir à noite, perda da visão de contraste, percepção de halos ao redor das luzes, visão dupla e deficiência na visão noturna.

Diabéticos podem consumir?

“Não só podem, como devem”, afirma o oftalmologista. Um estudo mostra que o chocolate meio amargo reduz em 30% a resistência à insulina, característica do diabetes tipo 2 — responsável por 90% dos casos no Brasil.

Essa redução contribui para manter a glicemia mais estável, o que além de retardar o surgimento da catarata, ajuda a evitar outras complicações de saúde associadas à hiperglicemia ou à glicemia instável, finaliza o especialista.


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