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Petrópolis,25/02/2025

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Grande Rio leva encantos da Amazônia para o carnaval com enredo das Princesas Turcas

O enredo, desenvolvido pelos carnavalescos Leonardo Bora e Gabriel Haddad, narra a chegada das três princesas turcas à Amazônia, que buscam cura e atravessam a fronteira entre o mundo real e o encantado

Agência Brasil
Grande Rio leva encantos da Amazônia para o carnaval com enredo das Princesas Turcas Foto: Marco Terranova | Riotur

A escola de samba Acadêmicos do Grande Rio, do município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, promete levar para a Marquês de Sapucaí uma história de encantaria paraense que mistura religiosidade, cultura e misticismo. Em 2025, o enredo “Pororocas Parawaras: as águas dos meus encantos nas contas dos curimbós” levará ao palco do Carnaval carioca a saga das três princesas turcas, figuras lendárias da cultura amazônica que atravessam o espelho do encantamento e se transformam em entidades da floresta.

O enredo, desenvolvido pelos carnavalescos Leonardo Bora e Gabriel Haddad, narra a chegada das três princesas turcas à Amazônia, que buscam cura e atravessam a fronteira entre o mundo real e o encantado. Segundo Bora, a história, transmitida através dos terreiros de tambor de Mina do Pará, tem raízes profundas na tradição oral da região e nunca foi abordada anteriormente no Grupo Especial do Rio de Janeiro.

As princesas representam um dos principais símbolos do Tambor de Mina, uma prática religiosa que mistura elementos afro-brasileiros e indígenas. No enredo, elas se tornam entidades poderosas reverenciadas pelos mestres de carimbó, como Dona Onete, cuja música “Quatro Contas” inspira a narrativa. A composição de Dona Onete é fundamental para a história, celebrando as princesas turcas como protetoras da floresta e a cabocla Jurema, uma das entidades mais cultuadas na religiosidade paraense.

“Nosso objetivo é contar uma história pouco conhecida, mas de grande significado para as populações da Amazônia. Este é um enredo que promove a valorização de uma tradição rica e multifacetada, mesclando religiões, culturas e crenças com forte presença no Pará e no Brasil”, destacou Leonardo Bora.

O enredo é dividido em cinco setores que exploram diferentes aspectos dessa mitologia amazônica. A abertura do desfile retrata o processo de encantamento das princesas, seguido pela chegada delas ao Brasil e a energia que elas trazem, unindo-se às culturas ancestrais da região, como a civilização marajoara. O terceiro setor mostra a transformação das princesas em animais de poder, como a arara, a onça, a jibóia e a borboleta, conectando-as com os seres encantados da floresta.

O quarto setor faz um tributo ao Tambor de Mina, uma religião sincrética com raízes no candomblé e nas práticas indígenas, e ao carimbó, uma das manifestações culturais mais representativas do Pará. O desfile se encerra com a celebração das princesas através do carimbó, simbolizando a alegria e a força das águas da Amazônia.

O enredo será enriquecido pelas presenças das cantoras e atrizes paraenses Fafá de Belém, Dira Paes e Naieme, que irão representar as princesas no desfile. Fafá de Belém, que interpreta a princesa Mariana, a mais velha das três e associada à arara cantadeira, comentou sobre a importância de reviver essa lenda da sua terra natal.

“É uma honra representar a princesa Mariana. No Pará, todas as mulheres se identificam com essas princesas e suas histórias fazem parte da nossa identidade. Essa é uma cultura que atravessa gerações e é fundamental para entendermos nossa história e nossa espiritualidade”, afirmou a cantora em entrevista à Agência Brasil.

O enredo também carrega um simbolismo relevante, especialmente no ano em que a COP 30, Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, será realizada no Pará. Para os carnavalescos, o desfile se conecta com a valorização das culturas tradicionais e a preservação do meio ambiente, em especial da Amazônia.

Naieme, que interpreta a princesa Jarina, destacou a importância do tema em um contexto global em que os olhos do mundo estão voltados para a região amazônica. “Este enredo é um convite para que as pessoas conheçam a riqueza da cultura paraense e da Amazônia, não só por sua natureza exuberante, mas também por suas pessoas, histórias e tradições que merecem ser reconhecidas e preservadas”, afirmou.

Com um histórico recente de grande sucesso, como o título de campeã do Carnaval de 2022 com o enredo "Fala, Majeté! Sete Chaves de Exu", a Grande Rio almeja novamente conquistar o título, mas, mais importante, deixar uma marca cultural profunda. “O nosso trabalho é sempre voltado para a excelência e para um desfile que transcenda a competição. Esperamos que esse enredo encantado reverbere para todos, representando a força e a beleza do nosso povo”, concluiu Bora


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