Verão e umidade aumentam casos de micose
O calor intenso no verão favorece o desenvolvimento de micoses na pele, infecções provocadas por vários tipos de fungos, como explica Alexandra Flávia Gazzoni, professora do curso de Biomedicina da Estácio
“As micoses têm seu pico de incidência no verão devido à combinação do calor com ambientes úmidos, como praias e clubes. A transmissão desses fungos pode ser de origem zoofílica, antrofílica ou geofílica. Isto quer dizer que a infecção pode aparecer por meio do contato com animais infectados, bem como por meio de outro humano também infectado ou através do solo ou superfícies contaminadas. Adicionalmente, os fungos já presentes na pele têm sua proliferação facilitada pela intensa produção de gordura e de suor no período”, informa.
De acordo com a docente, que é pós-doutora no estudo de fungos e bactérias, as lesões apresentam uma extensão em aspecto de mapa geográfico, com bordas irregulares, avermelhadas, descamativas e com prurido variável. O centro da lesão é liso e fino. “É muito importante destacar que as micoses de pele são lesões secas e, portanto, não expurgam”, afirma.
A especialista alerta que soluções caseiras não têm nenhuma eficácia cientificamente comprovada no tratamento de lesões na pele. “A micose deve ser tratada por meio do uso tópico de xampu, pomadas, cremes ou loções antifúngicas, sempre sob orientação médica. No entanto, quando a lesão for extensa, muito descamativa, com intenso prurido e vermelhidão, será necessário o uso de antifúngicos via oral – à exceção do fluconazol, que não é indicado para nenhum tipo de infecção de pele, pelo/cabelo ou unhas”, esclarece.
A prevenção das micoses é feita a partir da adoção de certos comportamentos, especialmente no período do verão. “Use chinelo ou sandália após sair da piscina ou ao frequentar qualquer espaço público que contenha água parada. Evite o contato com utensílios pessoais contaminados, como lixa de unha, esmalte, lâmina de barbear, toalhas ou roupas. A lavagem individual de roupas de cada pessoa é um comportamento-chave para evitar a disseminação da infecção. Outro cuidado é realizar a inspeção frequentes em animais buscando possíveis lesões na pele que possam ser fonte de transmissão para os humanos”, finaliza Alexandra Flávia Gazzoni.
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