Aldo Baldin, um dos maiores tenores brasileiros de carreira internacional ganha documentário
O pré-lançamento de “Aldo Baldin – uma vida pela música” será no dia 19 de dezembro, no CCBB – Rio
O ideal de qualquer realizador cinematográfico é contar uma narrativa diferente, inédita e que leve o espectador a refletir sobre o contexto de uma obra. Sob esta ótica, Yves Goulart acertou em cheio. Ele apresenta ao público um expoente da música, cuja importante trajetória artística ainda não tinha sido contada na tela grande. O diretor dá a chance para a plateia conhecer Aldo Baldin (1945 - 1994), protagonista de uma história de vida que promete uma sessão de cinema para lá de especial. Com o apoio cultural da Cinemateca do MAM no CCBB-Rio, no dia 19 de dezembro, às 18h, no Cinema I, será exibido “Aldo Baldin - Uma Vida pela Música”, com direito a convidados especiais como o maestro Isaac Karabtchevsky que participa do documentário, além de Eliane Sampaio, a primeira professora de canto de Baldin no Rio e a presença do público. O filme será lançado pela distribuidora BRETZ Filmes em circuito comercial no Brasil em maio de 2025.
Além da paixão pela arte, o diretor do filme e o famoso tenor brasileiro têm em comum a cidade natal, Urussanga, com pouco mais de 20 mil habitantes, de colonização italiana, localizada em Santa Catarina, no Brasil.
O repórter cinematográfico, que vive entre Brasil e Nova Yorque há quase duas décadas, descobriu o tenor em 2009, quando uma amiga apresentou a ele o LP ‘Serenatas, Bachianas & Canções’, de Heitor Villa-Lobos, gravado por Aldo Baldin. A capa do álbum era a foto da igreja matriz de Urussanga. Yves pensou: “Como é possível que a igreja da minha cidade esteja na capa deste álbum? Quem é Aldo Baldin?” Naquele momento, surgiu o interesse em descobrir a origem daquele artista e o motivo dele ser tão desconhecido do grande público no Brasil, mas respeitado e admirado pelos apreciadores do canto lírico e da música de concerto em todo o mundo” – refletiu o diretor do filme, que pela sua formação profissional, logo correu atrás das informações para chegar a essa bela história.
Goulart contatou a viúva de Baldin, Irene Flesch Baldin, radicada na Alemanha desde a década de 1970, e descobriu que o cantor havia gravado 100 discos. Para completar, Baldin tinha sido indicado a um Grammy com ‘Bodas de Fígaro’, de Mozart e ganhou outra estatueta com ‘A Criação’ de Haydn, em conjunto, ao lado de nomes de peso da música clássica no mundo como Edith Mathis, Dietrich Fischer-Dieskau e sob a regência do maestro inglês Sir Neville Marriner. Foi a partir daí, que o artista Aldo Baldin entrou de vez na vida do cineasta Yves Goulart. O resultado de toda esta história está no documentário que revela, desde a origem simples do cantor até o sucesso internacional.
Foram 14 anos de pré-produção, entre pesquisa, vídeos, fotos e entrevistas com artistas e pessoas do segmento para reunir um material inédito, instigante e importante para a cultura brasileira, que agora está sendo exibido em pré-estreias pelo mundo, começando pelo 24º Havana Film Festival New York, realizado em abril de 2024. Depois passou a percorrer diversas cidades brasileiras, principalmente em Festivais como a 16ª IN-EDIT Brasil Festival Internacional do Documentário Musical que ocorreu em junho desse ano, em Pernambuco, tendo grande retorno do público e crítica.
“Um dos destaques deste filme de múltiplas qualidades é a habilidade do diretor de entrelaçar a carreira e a vida privada de Aldo Baldin, fazendo que ao final do filme, o público se sinta íntimo desse grande artista” - ressalta Fernando Severo - cineasta e imortal da Academia Paranaense de Letras.
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