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A Prefeitura de Maricá alfabetizou mais 800 moradores, maiores de 15 anos, no programa “Sim, Eu Posso!”, método de aprendizagem cubano que ensina a ler e escrever relacionando letras e números. Os formandos receberam os certificados nesta sexta-feira (13) numa cerimônia realizada na Arena Flamengo. Essa foi a segunda edição da jornada que formou, em dois anos, 1.867 alunos. A iniciativa é do Instituto de Ciência, Tecnologia e Inovação de Maricá (ICTIM) em parceria com a Secretaria de Economia Solidária.

Presidente do Instituto de Ciência, Tecnologia e Inovação de Maricá (ICTIM), Cláudio Gimenez, destacou a importância da formatura. "O projeto é gratuito e oferece todo o material. As aulas acontecem em locais próximos das moradias dos educandos. Enfim, temos uma estratégia bem abrangente para, justamente, erradicar o analfabetismo na cidade. Portanto, todos vocês que se formam estão de parabéns. Foram resilientes, venceram uma batalha que irá lhes ampliar os horizontes. É um passo fundamental para o pleno exercício da cidadania. Me sinto orgulhoso pelo o que cada um de vocês conquistou", declarou Gimenez.

Foto: Bernardo Gomes.

Secretária de Economia Solidária, Milena Costa, também falou sobre a mudança na vida dos educandos. " É um projeto extraordinário e necessário, que muda completamente a vida das pessoas, que aprendem a ler e escrever, dando dignidade e empoderamento à população  que até hoje não teve essa oportunidade  de concluir seus estudos. Estão todos de parabéns!".

Alunos e familiares se emocionam na formatura

O aposentado Aldail de Oliveira, de 72 anos, participou do projeto e explicou o sentimento de realização da família após a alfabetização. “As minhas filhas conheceram o projeto e me incentivaram a realizar minha matrícula. Hoje eu consigo assinar meu nome, ler livros, o letreiro do ônibus e isso é bom demais”, disse o morador de Itaipuaçu, que se formou junto com as duas filhas, Luciana e Suely.

Foto: Bernardo Gomes.

“Estar me formando com meu pai e minha irmã é incrível. Hoje, aos 48 anos, ser alfabetizada é uma conquista da nossa família. Não tivemos oportunidade no passado, mas aqui na cidade eu estou vivendo um sonho”, comentou a filha de Aldail, a dona de casa Suely de Oliveira.

“Eu tenho um sonho de ser professora para alunos especiais. Hoje poder estudar, ser alfabetizada e estar entre colegas de turma é muito bom. Vou incentivar meus filhos a não pararem de estudar, para que daqui a alguns anos possam escolher suas profissões e, principalmente, serem independentes”, disse a dona de casa Luciana de Oliveira, de 47 anos.

A cerimônia também contou com a formação do casal Gilberto Santana e Adarilda Santana, de 83 e 90 anos, respectivamente. Ele contou, emocionado, os aprendizados de saber ler e escrever.

“Nós chegamos em Maricá há dois anos e não sabíamos ler e escrever. Eu tinha vergonha de estar em uma sala de aula sendo uma pessoa idosa. Quando descobri que haviam outras pessoas iguais a mim, fiquei com vontade de fazer”, comentou o aposentado Gilberto, que sonha em cursar faculdade de Teologia.

Durante a solenidade, foi realizada leitura de cartas escritas pelos formandos, encenação teatral e apresentações dos cantores Ronaldo Valentim e Jô Borges.

Foto: Bernardo Gomes.

Educação para transformação

Responsável pelo programa desenvolvido em Maricá, a presidente do Instituto Singular de Ideias Inovadoras (ISII), Mirka Gerolimich falou sobre as conquistas.

“Os resultados alcançados até o momento são animadores, mas sabemos que ainda há um longo caminho a percorrer. A educação é a base para a transformação e o desenvolvimento social e estamos comprometidos em impactar positivamente a vida das pessoas, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária”, destacou.

“Jornada Sim, Eu Posso!” não é apenas um projeto educacional; é uma ferramenta de empoderamento e inclusão. Com união e esforços compartilhados, estamos promovendo a erradicação do analfabetismo e fortalecendo a cidadania em nossa sociedade”, completou.

A jornada de alfabetização Sim, Eu Posso! foi dividida em duas fases. Na primeira, o método associa as letras (desconhecido) aos números (conhecido) e usa recursos audiovisuais em sala de aula (65 vídeo-aulas), para o aprendizado. Na segunda etapa usa-se círculos de debate para o aprimoramento e aperfeiçoamento da leitura e da escrita de pessoas alfabetizadas, mediante o trabalho pedagógico de atividades didáticas sobre temáticas como História, Cultura e Identidade, Trabalho, Educação, Saúde, entre outros.

Em 2023, 1.067 moradores da cidade, com mais de 15 anos, foram alfabetizados e receberam os diplomas durante a Festa Literária Internacional de Maricá (Flim). Esse método já alcançou 11 milhões de pessoas em mais de 30 países.

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