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Petrópolis,02/12/2024

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Repressão ao tráfico de animais silvestres: Estado resgata 244 espécies em cativeiros

Entre as aves apreendidas, há três papagaios em risco de extinção


Repressão ao tráfico de animais silvestres: Estado resgata 244 espécies em cativeiros Foto: Divulgação / Governo do Estado do RJ
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O Governo do Estado, por meio da Secretaria do Estado do Ambiente e Sustentabilidade e Inea, com o apoio da Polícia Militar (UPAM e CPAM) resgatou 244 animais da fauna silvestre em uma megaoperação realizada em 18 municípios no domingo (1/12). Entre as aves apreendidas, estão três papagaios Chauá (Amazona rhodocorytha) – espécie classificada como ameaçada de extinção, que estavam em cativeiro no município de São Francisco de Itabapoana. Na área da Reserva Estadual de Guaratiba, no Rio de Janeiro, foram encontrados 85 caranguejos tipo “Uça” (Ucides cordatus), capturados irregularmente durante o período de defeso, além de armadilhas para captura de Guaiamum (Cardisoma guanhumi) – caranguejo cuja espécie está sob risco de extinção e também se encontra em defeso. A ação mobilizou equipes de 40 Unidades de Conservação estaduais, e acontece no Dia Estadual de Repressão ao Tráfico de Animais Silvestres.

- A preservação da fauna, da flora e da nossa biodiversidade são prioridades e isso passa pelo combate ao tráfico de animais silvestres. O governo Cláudio Castro trabalha de forma permanente pela preservação ambiental, inclusive propondo alterações na legislação para endurecer a punição aos crimes ambientais. O Dia D de repressão ao Tráfico de Animais silvestres foi positivo, as equipes resgataram espécies mantidas ilegalmente em cativeiro ou em condições inadequadas, para que sejam devolvidas à natureza. Este trabalho é contínuo, não vai parar. As pessoas precisam saber que retirar espécies silvestres da natureza e mantê-las em cativeiro, é crime - destaca o Secretário do Ambiente e Sustentabilidade, Bernardo Rossi. O Dia Estadual de Repressão ao Tráfico de Animais Silvestres foi estabelecido pela Lei Estadual Nº 5.098.

Além das espécies em risco de extinção, as equipes encontraram diferentes tipos de aves, como: Coleiros (Sporophila caerulescens), Tiziu (Volatinia jacarina), Trinca-Ferro (Saltator similis), Sabiá (Turdus rufiventris), Galo da Serra (Coryphospingus pileatus), Melro (Gnorimopsar chopi), Canários (Sicalis flaveola), Tico-tico (Zonotrichia capensis) entre outras.

 -  Algumas aves sem sinais de domesticação e saudáveis foram soltas imediatamente, entre elas, um dos papagaios em risco de extinção; os outros dois papagaios, assim como outras aves, precisaram ser encaminhados para o Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS), onde receberão os cuidados necessário para posterior soltura - explica o diretor de Biodiversidade, Áreas Protegidas e Ecossistemas do INEA, Cleber Ferreira. Dentre os 244 animais apreendidos, 198 foram devolvidos à natureza e 46, que precisam de cuidados, foram encaminhados para o CETAS.

A operação resultou ainda na destruição de 90 armadilhas de caça e um rancho – estrutura utilizada como apoio à prática criminosa, no município de Magé. De acordo com as equipes, o rancho estava aparentemente ativo, com uma estrutura para dormir, fogueira, e captação de água. Toda estrutura foi destruída. A ação teve o apoio do CPAM.

Durante as ações foram lavrados 21 atos administrativos para responsabilização de infratores identificados. As multas aplicadas deram em torno de R$ 20 mil, conforme a avaliação de cada caso. Também foram registrados quatro boletins de ocorrência policial, em delegacias das respectivas localidades.

A ação foi realizada de forma simultânea nos municípios do Rio de Janeiro, Nova Iguaçu, Campo Grande, Magé, Itaguaí, Seropédica, São Francisco de Itabapoana, Valença, Araruama, Saquarema, Iguaba Grande, São Pedro da Aldeia, Mangaratiba, Santa Maria Madalena, Campos dos Goytacazes, Vassouras, Barra do Piraí e Barra Mansa.

Cerca de duas mil pessoas foram impactadas por ações de educação ambiental neste dia.


Foto: Divulgação / Governo do Estado do RJ

Mobilização continua com ações de educação ambiental

Após a megaoperação, a campanha de combate ao tráfico de animais silvestres entra na segunda etapa, com o trabalho de conscientização. 

Realizada pela Diretoria de Biodiversidade, Áreas Protegidas e Ecossistemas (DIRBAPE), por meio da Gerência de Unidades de Conservação (GERUC), da Gerência de Fauna (GERFAU) e da Gerência de Guarda Parques (GGPAR), a campanha visa também sensibilizar a população e esclarecer dúvidas. Para isso, ações de Educação Ambiental e Sensibilização serão realizadas em escolas próximas às Unidade de Conservação estaduais ou diretamente nas sedes de algumas unidades, promovendo o uso público das áreas protegidas.

 Atividades como brincadeiras interativas, jogos educativos e a exposição de materiais de conscientização (ex.: “gaiolão”) serão usadas para sensibilizar a população sobre os impactos do tráfico de fauna.


Foto: Divulgação / Governo do Estado do RJ

Tráfico ameaça espécies em todo mundo

O Brasil desempenha papel central no tráfico global de animais silvestres, respondendo por cerca de 38 milhões de espécimes traficados anualmente, o equivalente a 15% do mercado mundial. Este crime ameaça mais de 4mil espécies globalmente, incluindo aves, répteis, e mamíferos, muitas vezes levando-as à extinção local ou global.  De cada 10 animais traficados, nove morrem antes de chegar ao destino final, evidenciando o caráter cruel desse mercado ilegal.  Os impactos vão além da perda de biodiversidade.

Ecossistemas são prejudicados pela captura excessiva de espécies perdem funções críticas, como a regulação climática, contribuindo para o aquecimento global. O tráfico de fauna também representa riscos à saúde pública, ao facilitar a disseminação de doenças zoonóticas. 

O tráfico de fauna consiste na captura, transporte e comércio ilegal de animais retirados de seus habitats naturais. A prática criminosa contribui para o aquecimento global, uma vez que a retirada de espécies está frequentemente associada à destruição de florestas. O desmatamento e a degradação aumentam a liberação de gases de efeito estufa na atmosfera, intensificando as mudanças climáticas.  

A campanha reforça o papel do Governo do Estado do Rio de Janeiro na luta contra crimes ambientais, fortalecendo a proteção das espécies e promovendo um futuro sustentável.

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