O mercado de carros zero ainda não retomará a sua força total em 2022. É o que indica as projeções feitas pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), que apontam, em um cenário mais otimista, um crescimento de 7,3%, com expectativa de 2,21 milhões de emplacamentos no ano, muito abaixo ainda dos 3 milhões de emplacamentos realizados em 2019, antes da pandemia da Covid-19.
Segundo a instituição, a principal razão para este cenário é a baixa produção de veículos zero-quilômetro dada a escassez de insumos e componentes eletrônicos, como semicondutores, o que levou, inclusive, à paralisação de algumas linhas de produção no país.
Por outro lado, a crise no mercado de zero-quilômetro alavancou o mercado de seminovos. Ainda segundo a Fenabrave, o crescimento de negócios com veículos seminovos e usados cresceu cerca de 54%, a maior alta já registrada pela instituição desde 2003, início dos registros históricos.
“Mesmo com a alta histórica no preço de todos os veículos, tivemos um ano de 2021 acima da média em termos de negócios, com muitas vendas realizadas e clientes até em fila de espera por determinados modelos”, diz Rodrigo Dal Bello, sócio-proprietário da BellosCar, revenda de veículos localizada na cidade de Curitiba.
Com mais de 20 anos de experiência nesse mercado, Dal Bello ressalta que 2021 foi um ano atípico, exatamente pela crise na produção de veículos zero. Ele cita que sua loja teve um crescimento de 16% no faturamento e 37% no ticket médio, realizando mais de 1400 vendas em 2021.
Para 2022, a perspectiva é que o crescimento continue. Mesmo que já exista uma tendência de leve retomada na produção de carros no Brasil, a expectativa é que demore alguns anos para que o mercado se normalize e a produção não atenderá o mercado interno como um todo.
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