Segunda escola de samba mais antiga em atividade, fundada em 1928, a Verde e Rosa da Mangueira levou para a avenida nesta sexta-feira (22), o enredo “Angenor, José & Laurindo” em homenagem a Cartola, Jamelão e Delegado.

Reconhecido pelos enredos de cunho social, o carnavalesco Leandro Vieira expos as dificuldades do povo negro e pobre até a conquista do reconhecimento em razão de suas artes (o canto, a dança e a poesia), neste enredo representadas pelas personalidades mais marcantes do carnaval do Rio e da Mangueira.
Antes do sucesso profissional, esses artistas trabalharam como pedreiro, engraxate, entregador de jornal, apontador de jogo do bicho e fiscal de feira livre. O enredo mostrou muito bem isso!

É a voz de outro preto, diz o enredo, que dá sonoridade à poesia de Cartola. José gritou alto vendendo jornais até se tornar Jamelão, a voz eterna da escola, “voz que guarda o visgo saboroso de um jamelão colhido fresco”, diz Leandro Vieira. O terceiro rei da Coroa é Laurindo, conhecido como Delegado, mestre-sala que deu à agremiação décadas de excelência e notas máximas, o mais famoso bailarino da escola e aquele que riscava o chão com o seu samba no pé.

Além da explosão de cores Verde e Rosa, e da homenagem aos mestres Cartola, Jamelão e Delegado, outras personalidades foram lembradas no desfile: Dona Zica e Noel Rosa.

Conheça o samba da Mangueira
“Angenor, José & Laurindo” Autores: Moacyr Luz, Bruno Souza, Leandro Almeida e Pedro Mangueira… teu cenário é poesia Liberdade e autonomia Que o negro conquistou (ôôô) Mangueira… a alvorada anuncia O legado a dinastia A sabedoria se chama Angenor Nesse solo sagrado o samba ecoou Tem cantor, mestre-sala e compositor Lustrando sapato, vendendo jornal Chapéu de pedreiro no mesmo quintal Três iluminados reis do carnaval As rosas não falam, mas são de Mangueira Eu vi seu Laurindo beijando a bandeira José clementino na flor da idade O sol colorindo a minha saudade É Verde e Rosa a inspiração A devoção por toda nossa raiz Quem traz a cor dessa nação Sabe que o morro é um país A voz do meu terreiro imortaliza o samba E quem guardou com amor o nosso pavilhão Tem aos seus pés a nossa gratidão Só sei que Mangueira É um céu estrelado Não é brincadeira Sou apaixonado A Estação Primeira Relembra o passado Valei-me Cartola, Jamelão e Delegado
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