Luis Arce, da Bolívia, toma posse como presidente em um retorno dos socialistas ao poder

Luis Arce tomou posse como presidente neste domingo (8), coroando um período tumultuado para a nação andina e trazendo os socialistas de volta ao poder depois que o líder da esquerda Evo Morales foi deposto em meio a protestos furiosos no ano passado
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A cerimônia foi realizada em La Paz e contou com a presença de líderes da região e de todo o mundo, incluindo o Rei Felipe VI da Espanha e os presidentes do Paraguai, Argentina e Colômbia. Altos funcionários do Chile, Irã e do governo da Venezuela, Nicolas Maduro, também estiveram presentes. Onde Arce foi empossado pelo presidente da Assembleia Legislativa da Bolívia, David Choquehuanca, segundo a agência de notícias estatal Agencia Boliviana de Informação (ABI).

O presidente foi ex-ministro da Economia, festejado como o arquiteto do rápido crescimento da Bolívia sob Morales, onde promoveu a nacionalização de setores estratégicos, como hidrocarbonetos e energia, e impulsionou a produção nacional com investimentos públicos e subsídios, o que ajudou a Bolívia a crescer a uma das taxas mais rápidas da América Latina. Chegando ao poder tentando curar as divisões de uma crise política e da pandemia do coronavírus.

Em seu discurso de posse Arce disse que sua vitória enfática no primeiro turno mostrou que os latino-americanos não aceitariam mais regimes antidemocráticos de direita, como o governo interino que assumiu o poder depois que Morales abandonou a Bolívia em novembro de 2019. “Recuperamos a democracia para a Bolívia e nossa mensagem é que não toleraremos nenhum tipo de regime ditatorial de fato ou golpe na América Latina ”, disse ele, prometendo buscar justiça para as vítimas de um tiroteio contra civis desarmados no auge dos distúrbios do ano passado.

Prometeu também se reaproximar dos líderes peronistas da Argentina e restaurar as relações com os governos de esquerda de Cuba e Venezuela, que a presidente interina conservadora da Bolívia, Jeanine Áñez, rompeu, apesar da falta de um mandato democrático. Criticou a representatividade de Juan Guaidó, o líder da oposição venezuelana apoiado por Trump que tenta derrubar o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, desde que se declarou o líder legítimo do país em janeiro de 2019, ao dizer que ele “não representa ninguém”.

O novo presidente eleito sinalizou um pragmatismo ao dizer que vai deixar de lado as ideologias buscando boas relações com outros vizinhos “deixando questões de ideologia e política de lado” ao lidar com líderes de diferentes matizes, como o presidente de extrema direita do Brasil, Jair Bolsonaro. “Queremos fazer bons negócios com nossos vizinhos”, disse ele. “Estamos iniciando uma nova fase em nossa história”, disse Arce, prometendo governar “para todos” o povo boliviano.

Arce não vai ter um caminho fácil pela frente, com a Bolívia ainda sofrendo com o impacto humanitário e econômico de um dos piores surtos de coronavírus do mundo, onde sua taxa de mortalidade Covid-19 por milhão de pessoas é atualmente a quinta maior do mundo, mais alta do que a dos Estados Unidos e do México. Ao ser questionado sobre Evo Morales sobre sua tentativa de ignorar um referendo e buscar um quarto mandato na tentativa de estender seus 14 anos no poder. O atual presidente disse que não planeja permanecer no cargo por tanto tempo e que espera ver uma “renovação” de seu partido com o surgimento de uma nova geração de líderes. “Quero passar cinco anos e não mais”, disse ele.

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