Os incêndios em território boliviano, que espelham aqueles que devastam grandes áreas da Amazônia brasileira, ameaçam a busca de Evo por um quarto mandato consecutivo e mais cinco anos de “Evonomics”, sua modalidade de capitalismo misturado com intervencionismo socialista.
Críticos ligam os incêndios a leis que Evo sancionou incentivando agricultores e fazendeiros a se estabelecerem em áreas florestais nos últimos anos. Elas incluem permissão neste ano para usar métodos de queimadas para acelerar a produção, apesar de uma grande seca.
A escala dos incêndios é imensa, ameaçando o que é visto como um escudo natural contra a mudança climática. Nas últimas semanas, eles arrasaram mais de 2,1 milhões de hectares no país sem saída para o mar, consumindo mais de 700 mil hectares de floresta em reservas protegidas, segundo um relatório do grupo conservacionista local FAN
E eles chamaram atenção para o apoio recém-descoberto de Evo a um setor antes em atrito com seu governo, colocando-o na defesa antes da eleição de 20 de outubro.
Mas ele também está determinado a fomentar o desenvolvimento e o crescimento econômico na Bolívia, hoje um dos países mais pobres da América do Sul.
O governo Morales se tornou mais conhecido como um tipo de promotor das matérias primas agrícolas, chamando-as de “novo ouro” que ajudará a diversificar a economia que depende da exportação de gás natural.
“O bomo é que o incêndio conseguiu reverter o curso da história”, disse o cientista político Franklin Pareja, radicado em La Paz. “É tão grande… que começou a expor outras coisas. Por exemplo, que não se trata só de utilizar as pessoas pobres, mas que há interesses corporativos agroindustriais que serão os mais favorecidos.”