Georgette Vidor - Foto: Igor Matheus/Portal InfonetAna Paula - Foto: Divulgação

Georgette Vidor: uma história de sucesso e superação

Em entrevista, a treinadora fala sobre a carreira, a petropolitana Ana Paula, o sonho de realizar um projeto na cidade imperial e muito mais.
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Com 48 anos de carreira, Georgette Vidor, é uma das treinadoras mais bem-sucedidas da ginástica artística, tendo tutelado grandes atletas brasileiras como: Daniele Hypólito, Luísa Parente e Soraya Carvalho. Após todos esses anos vendo não apenas os ginastas que ensinou brilharem, como também diversas conquistas brasileiras no esporte, o que ainda a motiva para continuar fazendo isso, todos os dias, é o amor pela profissão. “Amor ao que o faço, ter escolhido o que me faz feliz, que me preenche os dias, que cada dia tem mais desafios. Precisa ser algo que te faz feliz, para aguentar a rotina dos treinamentos, de segunda à sábado, muitas vezes domingo, isso sem interrupção”, fala.

De todas as grandes estrelas da ginástica que já treinaram com Georgette, uma delas ainda é muito jovem e petropolitana: Ana Paula Baptista, de apenas nove anos, moradora do Cascatinha. Ana Paula se tornou campeã na categoria de nove ou 10 anos do Campeonato Brasileiro Juvenil e Pré-Infantil. Mas apesar do futuro promissor, a treinadora tem suas preocupações:

“Esse futuro promissor depende dela, pois ela vai precisar fazer muitos sacrifícios. Este é um dos esportes mais duros, pois tem que começar muito cedo e as crianças precisam ter disciplina muito cedo”. Sobre sacrifício, a técnica ainda dá ênfase para a família dos atletas: “A família precisa mudar sua rotina, principalmente alimentar, abrir mão de feriados, etc. Os pais não sabem se devem deixar seus filhos praticar os esportes, devido ao sacrifício.”

Mas apesar de tudo, nada se compara ao sentimento de conquista, ainda mais quando se trata de uma menina como Ana Paula: “Ana Paula foi minha consagração maior, porque era só eu, ela e mais algumas meninas. Ela treinar com uma pessoa como eu e suportar isso, e ainda conseguir o resultado, foi muito bom,” acrescentou. “Fazer isso em uma cidade que não tem tradição nenhuma e conseguir uma campeã brasileira, fiquei muito vaidosa”.

Falando em conquista, com tanto tempo de carreira, Georgette já viu muitas ginastas brasileiras vencendo títulos pelo mundo. Mesmo assim, após todo esse tempo, quando vê uma atleta como Rebeca Andrade fazendo história tanto nas Olimpíadas como no Mundial, o sentimento ainda é muito especial.

“A [conquista da] medalha de ouro olímpica foram algumas horas de choro. É uma vitória de todos nós, uma vitória do Brasil”, disse ela. “O sonho da medalha olímpica no feminino demorou muito a chegar. Você leva umas cassetadas, pois é um esporte de alto rendimento”.

Ainda sobre as Olimpíadas, Simone Biles desistiu de participar de diversas modalidades, citando problemas de saúde mental. A atleta tomou a decisão após receber uma nota baixa em seu primeiro salto, de acordo com ela, a pressão para corresponder às expectativas e a busca por um recorde de medalhas de ouro, não a deixaram escolha.

Quando perguntado se já presenciou algo parecido com aquilo, Georgette disse: “De abandono de competição não, mas a ginastica é muito complexa. Os atletas precisam fazer movimentos muito complexos e você precisa ter uma noção muito boa do que você está fazendo. Se ela estava com algum descontrole emocional, ela poderia ter um problema seríssimo, pois ela poderia ter uma lesão muito grave,” afirmou.

“Uma das nossas ginastas no Flamengo teve isso, se perdeu no ar. Isso no dia a dia acontece demais. Mas hoje em dia, tudo é diferente. Antes eu era a fisioterapeuta, a psicóloga, era tudo. Hoje nós temos um psicólogo, temos uma estrutura que nos dá suporte,” acrescentou. “No Brasil, o COB tem um apoio logístico disciplinar muito bom e temos cada vez mais, principalmente psicólogos. Os atletas não fazem mais um trabalho amador, não trabalhamos mais sozinhos. E meu sonho é fazer isso em Petrópolis”.

A treinadora acredita que há a possibilidade de realizar o seu sonho: “As crianças de Petrópolis devem ter um bom corpo porque sobem muito morro,” brinca ela. “Quando eu comecei o projeto de Petrópolis, eu já tinha um em Friburgo, mas acreditava que aqui tinha uma possibilidade de crescer mais. Então eu encontrei as professoras Janini e Fernanda, que poderiam seguir com o projeto”.

Com 18 anos de projeto, Georgette nunca se escondeu dos obstáculos. “Foi um grande desafio, para as pessoas acreditarem que era por paixão e não por dinheiro”. A treinadora, que hoje vive na Cidade Imperial, se declarou: “Eu sempre gostei da serra. Eu amo estar aqui, amo minha casa, amo meu sítio”.

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