Por Anna Grazinoli
Segundo a esposa de Faustão, Luciana Cardoso, em uma publicação feita em sua rede social nesta segunda-feira (28), o apresentador foi incluído na lista de prioridade de transplante de coração no dia 8 de agosto (terça-feira). Além disso, segundo a Central de Transplantes do Estado de São Paulo, ele era o segundo da fila de espera.
Na mensagem divulgada por Luciana, ela ainda relata que a família manteve o silêncio até que a internação de Fausto se tornasse pública. “Desde o primeiro dia de internação de emergência já sabíamos da necessidade do transplante. Depois dos exames do painel de anticorpos e outros detalhes médicos, Fausto foi incluído na lista no dia 08/08/2023. Nos mantivemos em silêncio como é característica da família até que a internação se tornou pública”.
Além do texto de agradecimento, ela conta que um outro paciente que estava internado no Albert Einstein, recebeu outro órgão do mesmo doador do marido.
De acordo com a Secretaria de Saúde de São Paulo, 12 pacientes atendiam aos requisitos para receber o órgão do doador de Fausto. A lista correspondia apenas a pessoas com o mesmo tipo sanguíneo do homem de 35 anos, de Santos.
Dentre os pacientes que atendiam aos requisitos, quatro eram prioridades. Faustão ocupava a segunda posição.
A Secretaria de Saúde não forneceu detalhes sobre o motivo pelo qual a equipe médica do primeiro colocado recusou a oferta do coração, mas, o Ministério da Saúde afirma que a recusa pode ter a ver com as “potenciais incompatibilidades imunológicas”.
Entenda a lista de espera de transplante cardíaco do SUS
No caso do transplante cardíaco, a ordem de prioridade da fila de espera é definida baseada na gravidade do quadro do paciente.
No caso de Faustão, a equipe médica responsável pelo paciente número um da fila, recusou o órgão, fazendo com que a oferta seguisse para o segundo paciente, que era o apresentador de 73 anos.
Prioridades na fila de espera
Quem necessita de internação constante (com uso de medicamentos intravenosos e de máquinas de suporte para a circulação do sangue) tem prioridade em relação à pessoa que aguarda o órgão em casa, por exemplo. A espera não leva em conta se o paciente fará a cirurgia em um hospital público ou na rede particular.
O primeiro passo é o médico responsável cadastrar o paciente na lista única de transplantes. A lista é gerida e organizada pela Secretaria Nacional de Transplantes, do Ministério da Saúde.
Critérios para ordem na fila
Veja abaixo um resumo de como funciona o processo, com informações do Ministério da Saúde e da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos
- A lista funciona por ordem cronológica de cadastro, ou seja, por ordem de chegada;
- Também é levado em consideração a gravidade do quadro – quem necessita de internação constante (com uso de medicamentos intravenosos e de máquinas de suporte para a circulação do sangue) tem prioridade em relação à pessoa que aguarda o órgão em casa;
- tipo sanguíneo – um paciente só pode receber um órgão de um doador que tenha o mesmo tipo sanguíneo que ele;
- porte físico – alguém alto e mais pesado não pode receber o coração de um doador muito mais baixo e magro que ele;
- e distância geográfica – o órgão precisa ser retirado do doador e transplantado no receptor em um intervalo de até 4 horas, isso é chamado de tempo de isquemia, o tempo de duração deste órgão fora do corpo, ou seja: não é possível fazer a ponte entre duas pessoas que estejam muito distantes uma da outra.
- o tempo de isquemia, inclusive, determina se um carro ou avião será usado para o transplante, com custos arcados pelo SUS.
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