Um grupo de paleontólogos do Instituto de Geologia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, realizou escavações para coleta de fósseis da megafauna Quaternária no município de João Dourado, na Bahia. A pesquisa recebe financiamento da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj). A pesquisa visa aprofundar estudos sobre a paleoecologia da fauna de mega-herbívoros Sul Americanos e, assim, descobrir antigos hábitos de vida desta fauna como os Mastodontes e Toxodontes do Nordeste do Brasil.
Durante os trabalhos de escavação e coleta dos fósseis foram descobertas e identificadas as seguintes espécies: Eremotherium laurilladi (preguiça gigante), Notiomastodon platensis (mastodonte), Toxodontinae (animal parecido com rinoceronte) e Glyptotherium (tatu gigante). Análises isotópicas e geocronológicas nas espécies Notiomastodon platensis e da família Toxodontidae, localizados na região, possuíam uma dieta mista, composta de plantas dos tipos C3 (arbustos, árvores, folhas e frutos) e C4 (gramíneas e herbáceas), durante o Pleistoceno/Holoceno. Segundo o pós-doutorando Fábio Henrique Cortes, esse tipo de alimentação indica um comportamento generalista para essas espécies e, também, condições paleoambientais condizentes com áreas de caatinga arbórea e áreas abertas com vegetação de gramíneas e herbáceas.
A pesquisa foi realizada com isótopos estáveis de carbono e oxigênio para responder a essas questões paleoecológicas e paleoambientais e a ideia, segundo Fábio Henrique, é aumentar a base de dados para inferir aspectos como: a paleodieta, sobreposição de nichos, amplitude de habitat e aspectos da vegetação fonte de alimento da megafauna na época Quaternária. Os primeiros resultados já estão submetidos ao periódico Journal South American Earth Sciences.
Estudos paleoecológicos ajudam a identificar o tipo de dieta, preferência de habitats, nichos ecológicos e mudanças da megafauna e dos mamíferos de épocas passadas.
Durante o Pleistoceno, a fauna de grandes (biomassa maior que 50 kg) e mega mamíferos (biomassa maior 1000 kg) eram a fauna característica da Região Intertropical brasileira, associada geralmente a ambientes abertos. Nas últimas duas décadas, análises paleoecológicas do tipo de alimentação realizadas através de isótopos estáveis de carbono e oxigênio têm aumentado consideravelmente, esclarecendo importantes aspectos paleoecológicos e paleoambientais sobre a megafauna Quaternária. Porém, perguntas relacionadas a distribuição paleobiogeográfica da megafauna e da vegetação fonte de sua dieta, sobreposição de nichos ecológicos e processo de extinção, relacionado às mudanças ambientais, ainda permanecem sem respostas.
Fábio Henrique recebe apoio como bolsista de Pós-Doutorado Nota 10 da Faperj, sendo orientado pelos professores Ismar de Souza Carvalho e Hermínio Ismael de Araújo-Júnior.

Volta às aulas: o que pode e o que não pode na lista de material escolar
Mas para além do valor, que pode variar de acordo com o estabelecimento, é preciso que os pais estejam atentos também ao que está sendo exigido pela escola, já que alguns materiais, por lei, não podem ser solicitados na lista.
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