Muitas coisas aconteceram desde que a NBA teve uma tradicional temporada de 82 jogos. Desde aquele fatídico dia da paralisação devido a pandemia de Covid-19, em 11 de março de 2020, nada mais foi como o normal (até no mundo). Após a suspensão, muitas mudanças aconteceram na liga, algumas apenas temporárias e outras para ficar.
A famosa “bolha” foi implementada para que pudesse declarar um campeão. O maior desafio que os jogadores enfrentaram para jogar basquete, de acordo com todos eles, mas nada demais para aqueles acompanham pelo Twitter (rs). Junto dela, veio o sistema de Play-In, que serviu para dar uma chance para aqueles times que estavam na briga pelas últimas vagas dos Playoffs, mas não poderiam alcançar devido aos jogos que acabaram sendo cancelados.
Com a temporada resolvida e um vencedor declarado, tudo estaria certo para um 2020-21 normal, né? Não! Além da redução para 72 partidas e as arquibancadas sem público, a NBA criou um protocolo de combate ao coronavírus que, basicamente, proibia todos os envolvidos em um jogo de fazer qualquer coisa que não fosse ficar no hotel da cidade aguardando para entrar em quadra. Em casos de quebra das regras, o indivíduo deveria passar por uma quarentena até que pudesse voltar às atividades.
Em uma competição com astros como LeBron James, Kevin Durant, James Harden, Luka Doncic e vários outros, o protagonista dos primeiros meses, foi ele: o protocolo. Além de diversos duelos que foram adiados, a ameaça de um cancelamento estava sempre presente. As coisas só melhoraram (até no mundo), quando a vacina chegou.
Com um final de temporada mais próximo do normal possível, a NBA finalmente se viu em posição para realizar um 2021-22 de forma tradicional. E é isso que nós teremos a partir do dia 19, do próximo mês. As únicas mudanças, dessa vez, são aquelas que a gente mais gosta de ver: nos times.
CONFERÊNCIA OESTE
Dallas Mavericks
Com a base do elenco sendo praticamente a mesma, o Mavericks vem para temporada da mesma forma que veio na passada, dependendo de Doncic e na esperança de que Porzingis possa recuperar seu basquete. Caso isso aconteça, a equipe, que já é certa de ir aos Playoffs, pode até dar um calor em Lakers, Clippers, Jazz e Suns.
O time teve mudanças sim, mas nada que os mude de patamar. Jason Kidd (que deveria estar preso) chega para a posição de técnico, e, baseado em seus últimos trabalhos no cargo e os recentes relatos disponíveis na biografia de Giannis Antetokounmpo, escrita por Mirin Fader, com alegações de abusos psicológicos e humilhações em seus jogadores, na época em que treinou o Bucks, não deve-se esperar grandes coisas do ex-atleta.
Além da renovação de contrato do esloveno, a Offseason do Mavs foi um tanto quanto quieta. Josh Richardson foi trocado por Moses Brown, que chega para disputar vaga como pivô do time. Outras adições foram a de Reggie Bullock, que foi contratado para fazer a função que deveria ser de Richardson, ser o 3-and-D do elenco e de Sterling Brown, que apesar de não defender tão bem quanto o primeiro, consegue fazer um bom trabalho no quesito e ainda teve um aproveitamento de 42% das bolas de 3 na temporada passada.
Denver Nuggets
A grande questão para o Nuggets entrando na temporada, é saber o estado de Jamal Murray, que em abril deste ano, sofreu um rompimento do ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo. Para esse tipo de lesão, o retorno ás quadras costuma ser de um ano, o que vale apostar que o atleta já estará presente durante os Playoffs.
Com essa questão, o ano de Denver se torna bem difícil de prever, pois o time é competitivo o suficiente para brigar no meio da tabela, mas sem seu principal armador, eu não ficaria surpreso caso a luta deles seja no Play-In.
Mas não podemos nos esquecer (por mais que muitos tentem), do MVP de 2020-21, Nikola Jokic. Sua performance na temporada foi uma das mais dominantes para um pivô na história, e agora, com o time dependendo ainda mais dele, não seria ousado esperar uma versão ainda melhor do sérvio.
Golden State Warriors
Com o retorno de Andre Iguodala e Klay Thompson, dá até para matar saudade e dizer que o Warriors voltou aos tempos de glória, mas muitas coisas mudaram desde 2016. O primeiro não impressionou desde que saiu do Warriors, mas sem dúvida o talento para defender ainda está ali. Já o segundo, é válido esperar que ele volte a ser o que era, mesmo com a série de lesões, visto que a maneira como joga não o pede tanto atletismo, a questão é defensivamente, onde o guard costumava ser elite.
Com isso em mente e somando a chegada de jovens jogadores como Jonathan Kuminga e Moses Moody, e veteranos como Nemanja Bjelica e Otto Porter Jr., é justo imaginar que esse time vai fazer seu retorno aos Playoffs. Afinal, na temporada passada isso só foi impedido graças a uma bola de 3 milagrosa de LeBron James.
Aos 33 anos e com incerteza de como a equipe jogará, é fácil dizer que Stephen Curry será um dos maiores pontuadores da temporada, de novo. Ele encerrou 2020-21 com média de 32 pontos (melhor da liga), e teve um mês de abril fora de série, com uma pontuação média de 37 e 96 bolas de 3 convertidas.
Houston Rockets
Com a troca de James Harden na temporada passada, o Rockets abraçou o rebuild e é com esse plano que eles vão seguir em 2021-22. O draft da equipe foi muito bom, Jalen Green é um jogador com experiência na G-League e é um scorer promissor. Já Alperen Sengun pode preencher uma necessidade no garrafão, enquanto Josh Christopher e Usman Garuba podem ser bons alas.
A expetativa para o ano é ver o desenvolvimento desses jogadores, que pode ser facilitada com a presença de John Wall (até ele sair) e Eric Gordon. Esperar muitas vitórias é loucura, o objetivo aqui é: errar, sofrer e aprender.
Los Angeles Clippers
A temporada do Los Angeles Clippers é, provavelmente, a mais difícil de prever entre todos os times da NBA. Isso acontece porque Kawhi Leonard, principal jogador do time, não tem data para retorno após sofrer uma ruptura parcial no ligamento cruzado anterior do joelho direito.
Com a ausência do ala, a responsabilidade da liderança passa para Paul George, que apesar do ódio que sofre nas redes sociais, mostrou na reta final dos Playoffs passado que pode assumir a função muito bem e manter o time competitivo até o retorno do camisa 2.
Entre os “role players”, a questão fica principalmente, para Reggie Jackson e Nicolas Batum, que precisam mostrar que a performance na pós-temporada não foi só um delírio coletivo. Serge Ibaka pode fazer a grande diferença, tanto negativamente quanto positivamente. Já Eric Bledsoe, precisará substituir a função de Patrick Beverley, causando impacto nos dois lados da quadra.
Los Angeles Lakers
Após um ano conturbado por lesões, a péssima adição de Andre Drummond e uma saída decepcionante no 1º round dos Playoffs, o Lakers chega para a temporada com expectativas altíssimas. E isso se deve pela chegada de Russell Westbrook.
Encaixes à parte, a equipe angelina tem um dos elencos mais talentosos da história da NBA. Mas como talento não resolve tudo nessa vida, o encaixe precisa ser considerado aqui. Westbrook, LeBron e Davis é um ótimo trio, caso Frank Vogel saiba como usá-lo.
Russell não é um primor das bolas de 3, o que dificulta o espaçamento da equipe, mas o guard já provou que pode jogar muito bem fora da bola, como fez em seu tempo no Houston Rockets. O mesmo vale para LeBron, que além do retorno à camisa 6 que usou no Heat, também terá que voltar a jogar sem a bola nas mãos o tempo todo, para se adaptar ao jogo do novo camisa 0.
Falando em adaptação, esse é o ano em que Anthony Davis PRECISA jogar mais como pivô, se ele quiser que esse time vá longe. Com a saída de Gasol, não há outro big com capacidade de espaçar a quadra. E com o potencial de infiltrações que esse time possui, criar um muro na frente da cesta, deveria ser considerado um crime.
Memphis Grizzlies
Para o Grizzlies, a expectativa se mantém a mesma da temporada passada, acompanhar o desenvolvimento de Ja Morant. O guard, que está entrando em seu terceiro ano na liga, pode ser indicado ao All-Star nesta temporada, caso suba mais um pouco sua média de pontos por jogo, que foi 19.1 (a média de pontos dos armadores indicados no ano passado foi de 26).
A equipe, que foi aos Playoffs do ano passado pelo Play-In, deve brigar por vaga no mini-torneio novamente. O que já marcaria um ano de sucesso. Afinal, ninguém está esperando mais do que isso da franquia, o foco é na evolução de seu principal armador e Jaren Jackson Jr.
Minnesota Timberwolves
O Timberwolves teve mudança de ares entre os donos da franquia, agora Mark Lore e Alex Rodriguez estão no comando. Mas essa não é a única razão pela qual os torcedores devem ficar (pelo menos um pouco) animados com a próxima temporada.
Após um ótimo ano, Anthony Edwards promete vir ainda melhor. Jaden McDaniels e Jaylen Nowell dominaram na Summer League. Karl-Anthony Towns passou de seu pior ano, tanto dentro quanto fora de quadra. Ele e D’Angelo Russell juntos, jogaram em 20 partidas e tiveram um aproveitamento de 11-9.
Apesar de não ser muito, para o torcedor do Timberwolves, que não vê seus tempos de glória chegarem desde a saída de Kevin Garnett para o Celtics em 2007, isso tudo já é grande coisa.
New Orleans Pelicans
Após a troca de Anthony Davis e a chegada de Zion Williamson, o Pelicans se tornou um dos elencos jovens mais promissores da liga. Mas até agora, essas expectativas nunca foram alcançadas. E agora, com a saída de Lonzo Ball e o terceiro técnico em três anos, a franquia entrará para a temporada com diversas questões.
Algo que deve melhorar, são os arremessos de três do time, com a chegada de Trey Murphy III e Devonte Graham. Outra posição em que houve melhora, foi o pivô, com a troca de Steven Adams por Jonas Valanciunas. O lituano teve médias de 17 pontos e 12.4 rebotes na temporada passada, pelo Grizzlies.
Mas apesar de tudo, a franquia continuará dependendo de Zion, que precisará repetir o basquete que apresentou na temporada passada para dar uma chance do time de chegar aos Playoffs. Mas o que não falta no ala-pivô, é talento,
Oklahoma City Thunder
Após passar pela temporada menos vitoriosa em sua curta história, o Thunder chega com o objetivo de desenvolver seus jovens talentos durante o ano. Sendo eles: Shai Gilgeous-Alexander, Luguentz Dort e Darius Bazley.
É difícil não esperar um ano parecido com o último, com pouquíssimas vitórias. Mas o objetivo, como eu disse sobre o Rockets, é moldar esses jogadores e quem sabe, desenvolver uma superestrela entre elas. Ou draftar uma.
Phoenix Suns
Após surpreender a todos e chegar à final da NBA. O Phoenix Suns vem para a temporada com grandes expectativas. Sabendo de como é difícil repetir boas campanhas nos Playoffs em anos seguidos, o foco da equipe deve ser na saúde de seus atletas, e principalmente, de Chris Paul.
O armador, apesar de algumas ausências durante a pós-temporada, teve um dos anos mais saudáveis de sua carreira, jogando 70 dos 72 jogos. Caso isso se repita, a franquia já se posiciona para brigar com as grandes equipes do Oeste mais uma vez.
Mas além de CP3, um dos grandes motivos, talvez o principal, da equipe ter chegado à final após 10 anos fora dos Playoffs, é o trio jovem formado por? Booker, Ayton e Bridges. Caso esse grupo possa vir ainda melhor, é completamente justo dizer que o Phoenix Suns vai disputar pelo título mais uma vez.
Portland Trail Blazers
Em meio há diversos rumores de um pedido de troca de Damian Lillard, o Trail Blazers fez pouquíssimos movimentos na Offseason. O principal deles, e talvez, o mais necessário, foi a mudança de técnico.
Chauncey Billups (que deveria estar preso) já chegou enfrentando problemas, com muitas pessoas questionando sua contratação devido a acusação de estupro que sofreu em 1997. Mas não para por aí, o treinador tem a responsabilidade de fazer a equipe jogar suficientemente bem para que esse não seja o último ano de Lillard na franquia. E essa não será uma missão fácil.
Com o núcleo sendo basicamente o mesmo, o fator-x deve ser Jusuf Nurkic, e o técnico parece já saber disso, pois já afirmou que pretende envolver o pivô mais no ataque. C.J McCollum também chega para o ano precisando se provar, após falhas cruciais nos Playoffs. Com esse motivador e as mudanças técnicas, o Blazers pode ter um ano melhor que o anterior, mas nada mais do que isso.
Sacramento Kings
O Kings, que tem sido medíocre por tempo demais, vem para a temporada com expectativas de ser: medíocres. Algo que se pode imaginar, é que De’Aaron Fox continue a melhorar e talvez chegue ao All-Star.
Caso Marvin Bagley III se mantenha saudável a situação pode melhorar um pouco, mas os problemas defensivos ainda estão ali e principalmente, Luke Walton continua ali, então fica bem difícil imaginar uma temporada muito melhor do que as passadas.
San Antonio Spurs
Após 22 aparições seguidas nos Playoffs, o Spurs vem de dois anos consecutivos sem aparecer na pós-temporada. O ano deve ser totalmente focado no núcleo jovem, visto que os veteranos DeMar DeRozan, Patty Mills e Rudy Gay deixaram a equipe.
Mas ainda há muito talento no time. Murray vem melhorando a cada ano, White tem mostrado bons momentos quando saudável e Johnson vem de um ótimo 2020-21. Não dá pra esperar muitas vitórias, mas acompanhar essa nova geração sendo comandada por Gregg Popovich, que pode bater o recorde de mais vitórias na carreira de um técnico da NBA, em seus últimos anos de carreira, é nem interessante.
Utah Jazz
O Utah Jazz vem mais uma vez como um dos times mais fortes do Oeste. Além de manter o mesmo núcleo que foi o 1º lugar na temporada passada, o time ainda adicionou Rudy Gay, Eric Paschall, Hassan Whiteside e draftou Jared Butler.
Esse é um time que promete ser muito bom na regular, mas a questão é a que sempre fica com a franquia nos últimos anos: os Playoffs.
A equipe continua tendo dificuldades em se adaptar em jogos de pós-temporada. Na última eliminação, o Clippers fez Rudy Gobert, 3 vezes o melhor defensor do ano, ser praticamente um peso.
Caso Quin Snyder esteja disposto a fazer ajustes, o Jazz pode finalmente, refletir o basquete que joga na temporada regular, para onde mais importa, nos Playoffs.
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