Por Gabriel Barbosa
No ano de 1993, uma grande discussão se instaurou no Brasil, com ela teve-se a ideia de criar um plebiscito, para que a população decidisse qual modelo de governo seguir. Entre as opções, haviam a monarquia e a república, como formas, e o presidencialismo e o parlamentarismo, como sistemas de governo.
Naquele tempo, um dos veículos de maiores repercussão na imprensa, era a revista “Veja”, onde Jô Soares fazia enorme sucesso com suas sátiras e colunas de opinião. A maioria da população brasileira escolheu a permanência da República Presidencialista, e no dia 5 de maio daquele ano, duas semanas após o resultado, Jô sugeriu uma saída curiosa para aqueles que queriam a volta do imperialismo.
De acordo com o texto escrito pelo humorista, em tom de humor, obviamente, os entusiastas da monarquia poderiam “aproveitar de forma útil e brilhante” a presença da realeza para fundarem o “Principado de Petrópolis”.
Segundo o que foi relatado pelo ator, “a criação do referido principado envolveria a valorização da tradição imperial da cidade fluminense de Petrópolis, compondo-a politicamente com uma configuração similar à de Liechtenstein e Mônaco, na Europa. Tal solução, baseada na sugestão de um suposto amigo dele chamado Carneiro, “daria inveja aos americanos”, que “por falta de sangue azul jamais poderiam fazer a mesma coisa”, visto que não havia tradição monárquica em terras estadunidenses.”
Na organização política proposta ironicamente por Jô, brasileiros teriam livre acesso. Cassinos luxuosos seriam instalados em palácios. Casas de apostas seriam legalizadas, privilegiando corridas de cavalos. Um circuito de Fórmula 1 seria implantado “Le Gran Prix de Petrô”. O vencedor da competição automobilística teria direito a jogar champanhe na Família Real, remetendo o cronista à forma comum de comemoração entre os pilotos.
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