Eduardo Bolsonaro subiu ao palco da CPAC (Conferência de Ação Política Conservadora) neste sábado (29) junto com políticos de direita da Austrália, Coreia do Sul e Japão. No debate, de pouco mais de 30 minutos, seguiu o roteiro habitual de seus discursos e, em inglês, disparou contra o socialismo, a imprensa e a discussão sobre gênero nas escolas, classificando-os como inimigos de um movimento sólido de direita que, segundo o filho de Jair Bolsonaro, ainda precisa ser construído no Brasil.
Diante de uma plateia de americanos conservadores, elogiou uma das principais bandeiras do governo Donald Trump, defendendo que o direito de manter e portar armas de fogo esteja na Constituição brasileira, assim como acontece nos EUA.
“Somos contra o controle de armas, queria que tivéssemos uma Segunda Emenda no meu país. Chegaremos lá”, disse o deputado federal em referência à emenda constitucional americana que dá aos cidadãos o direito de portar e manter armas de fogo.
Eduardo afirmou que “os assassinatos caíram 20%” desde que Bolsonaro assumiu a Presidência do Brasil, em janeiro de 2019, e que o tema das armas virou “uma questão pessoal” depois que seu pai levou uma facada de “um ex-militante da esquerda”, em setembro de 2018, quando ainda era candidato ao Planalto.
O presidente brasileiro editou decretos para facilitar o porte e a posse de armas no país, mas precisou revogar vários deles diante de dificuldades jurídicas para aprová-los. Assim, não conseguiu a flexibilização sobre o tema, que promete desde sua campanha.
Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, os dados do primeiro trimestre do ano passado confirmam uma tendência de queda nas mortes violentas no Brasil que vinha se delineando desde 2018, antes da posse de Bolsonaro e após o número de mortos ter atingido um pico incomum, de 63,8 mil, em 2017.
Na noite de sexta-feira (28), Eduardo já havia feito uma apresentação diante das milhares de pessoas que enchem desde quarta (26) os auditórios de um hotel nos arredores de Washington para a conferência conservadora de direita.
Disse que o socialismo “só causa mortes” pelo mundo e pediu que os americanos não votem no progressista Bernie Sanders, líder da corrida pela indicação democrata à Casa Branca.
“Mantenham seus países livres, não votem em Bernie Sanders e, por favor, reelejam Donald Trump”, disse o deputado.
Durante o discurso deste sábado, afirmou que é “muito difícil” governar o Brasil à direita sem uma emissora de TV como a americana Fox News, conhecida por suas posições favoráveis a Trump.
Para ele, é preciso “manter a internet livre” para articular um movimento conservador sólido, que perdure por anos no país.
“Apesar de ter eleito um presidente conservador, temos os ingredientes, mas ainda temos que construir o todo”, afirmou Eduardo. “Imagine que, no Brasil, não temos nem uma Fox News. É muito difícil. Temos que manter a internet livre e construir um movimento.”
Fonte: O Tempo
Crédito da foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
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