Em setembro falei sobre a eleição e constituição do Conselho Municipal de Cultura, ocorrido em agosto de 2021. Este importante órgão colegiado tem como atribuições, basicamente, o incentivo à promoção e divulgação dos valores humanos e das tradições locais, o desenvolvimento de intercâmbio cultural e artístico com outros entes da federação, a cooperação na proteção aos locais e objetos do interesse histórico, artístico e arquitetônico do município e a apresentação de propostas para criação, abertura, manutenção de programas, editais e espaços públicos capazes de garantir a produção, divulgação e apresentação de manifestações culturais, científicas e artísticas.
Enfim, é um mecanismo que, sobretudo, deve olhar com carinho para TODOS os fazedores de cultura SEM DISTINÇÃO. Contudo, o que se tem visto nos últimos meses foi ausência de diálogo com muitos artistas, e pior, as reuniões parecem ser tratadas com sigilo, sem muita transparência e fechadas até mesmo para os conselheiros suplentes, acarretando uma total falta de representatividade, tal qual já comentado neste espaço.
Para que o leitor entenda a gravidade do caso, vejam que a convocação para a última reunião, realizada em 27 de outubro de 2021, foi publicada apenas 1 (um) dia antes, ou seja, no Diário Oficial de 26 de outubro (ver a imagem que ilustra esta coluna). Mais agravante ainda é que o convite é direcionado APENAS para os titulares das cadeiras, levando a crer que até mesmo os suplentes não são bem-vindos na reunião ordinária.
Com isso, perdem os agentes culturais, perde a população e perde a cidade. Outra questão que é “legal” (devido a previsão no seu Estatuto), porém, a meu ver, “imoral” é que as reuniões são bimestrais, deixando inúmeros assuntos em voga “passar batido”, perdendo o objetivo primordial do órgão que é tratar com a devida atenção o momento vivido pelos fazedores de cultura, afinal o que pode ser tratado hoje, daqui a um mês já não é mais importante por diversos motivos.
O que se espera é que o Conselho de Cultura siga os passos de outros órgãos do município que são bem atuantes e representativos. Porém, enquanto isso, aqueles que não se veem auxiliados esperam que a pasta Cultura seja direcionada para outra secretaria, assim como aconteceu com o artesanato que passou a ser dirigido pela Secretaria de Meio Ambiente, Agricultura e Turismo, da excelente e acessível Alice Hagge.
A cultura arealense sempre foi muito rica e apreciada por pessoas de vários municípios deste Brasil, portanto, merece um Conselho ativo, aberto a ideias, sugestões e reivindicações. Espero sinceramente que no próximo ano tenhamos boas novidades.
Fabiano Quixaba, Advogado, Radialista e Comunicador.
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