A Comissão de Representação para Acompanhar o Cumprimento das Leis (Cumpra-se), da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), realizou audiência pública na sexta-feira (27) para discutir políticas públicas de combate à mortalidade materna, além de verificar o cumprimento das leis de parto humanizado no Rio.
Durante a reunião, a coordenadora do Observatório Obstétrico Brasileiro do Ministério Público (MP-RJ), Ágatha Rodrigues, revelou que foram registradas 1.519 mortes maternas causadas pela covid-19, e 85% dos óbitos (1.266) aconteceram antes do início da vacinação.
“A partir do momento que a população materna começou a ser vacinada, nós monitoramos os dados dessa vacinação. Verificamos quantas gestantes e puérperas foram vacinadas com primeira e segunda doses. Com essa pesquisa, identificamos que, dentre as gestantes que estavam internadas com covid, a chance da mulher que não tinha tomado nenhuma dose da vacina ir a óbito era cinco vezes maior em relação àquelas que tomaram a vacina. A pandemia agravou a situação, mas nós já enfrentávamos um sistema de saúde precário”, explicou Ágatha.
Os participantes da reunião fizeram diversas sugestões para acrescentar à legislação fluminense. Entre os pontos apresentados estão a implementação do estudo de fisiologia nas escolas; a restrição dos médicos que atuariam mais nos casos de médio e alto risco, deixando as enfermeiras obstétricas responsáveis pela realização do parto em casos sem risco; a implantação da Roda de Gestantes em todos os municípios fluminenses; além da regulamentação do parto humanizado domiciliar.
A presidente do Conselho Estadual de Direitos da Mulher (CEDIM), Edna Calheiros, também cobrou a conclusão das obras do Hospital da Mãe, localizado no bairro Colubandê, em São Gonçalo.
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