Joaquim Maria Machado de Assis, mais conhecido como Machado de Assis, foi um importante jornalista, contista, cronista, romancista, poeta e teatrólogo, nascido no Rio de Janeiro em 21 de junho de 1839, 183 anos atrás. O escritor é o fundador da cadeira nº. 23 da Academia Brasileira de Letras, instituição que depois foi apelidada como Casa de Machado de Assis.
Filho do pintor Francisco José e da açoriana Maria Leopoldina, Joaquim perdeu a mãe muito cedo, pouco mais se conhecendo de sua infância e início da adolescência.
Sem condições financeiras para cursos regulares, estudou como pôde e, em 1854, com 15 anos, publicou o primeiro trabalho literário, o soneto “À Ilma. Sra. D.P.J.A.”, no Periódico dos Pobres.
Machado escrevia para a revista O Espelho, a Semana Ilustrada e o Jornal das Famílias. O primeiro livro que publicou foi a tradução de Queda que as mulheres têm para os tolos. Em 1864, com 25 anos, publicou o seu primeiro livro de poesias, Crisálidas.
Foi censor teatral, em 1862, e em 1867, foi promovido a ajudante do diretor de publicação do Diário Oficial.
Em 1869, casou-se com Carolina Augusta Xavier de Novais, senhora portuguesa que lhe ajudou na revisão dos livros e com quem esteve casado durante 35 anos.
Em 1872, publicou Ressurreição, o seu primeiro romance. Em 1873, torna-se primeiro oficial da Secretaria de Estado do Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas.
Continuou escrevendo em jornais e revistas. Seus escritos eram publicados em folhetins, de seguida, tornando-se livros. Foi o que aconteceu com uma de suas obras-primas, Memórias Póstumas de Brás Cubas, publicado em livro 1881.
Entre 1881 e 1897, publicou crônicas na Gazeta de Notícias.
Com outros intelectuais, fundou, em 1896, a Academia Brasileira de Letras, tendo sido presidente no ano seguinte.
Carolina foi a mulher ideal para Machado de Assis. Esgotado pelo intenso trabalho de escritor e funcionário público, Machado sofria de epilepsia e a esposa ajudou-lhe não só nas revisões como cuidando dele.
Sempre doente e para aumentar seu sofrimento, em outubro de 1904, morre sua mulher, auxiliar e companheira. Em sua homenagem, Machado escreve o poema “A Carolina”.
Em 1908, licenciado das funções públicas, mesmo debilitado, escreveu seu último romance “Memorial de Aires”.
Participou do projeto de criação da Academia Brasileira de Letras, sendo eleito seu presidente em 28 de janeiro de 1897, cargo ocupado por mais de dez anos.
No dia 29 de setembro de 1908, Machado de Assis faleceu na casa 18 da rua Cosme Velho, no Rio de Janeiro, vítima de câncer.
A obra de Machado de Assis abrange, praticamente, todos os gêneros literários. Na poesia, inicia com o romantismo de Crisálidas (1864) e Falenas (1870), passando pelo Indianismo em Americanas (1875), e o parnasianismo em Ocidentais (1901). Paralelamente, apareciam as coletâneas de Contos fluminenses (1870) e Histórias da meia-noite (1873); os romances Ressurreição (1872), A mão e a luva (1874), Helena (1876) e Iaiá Garcia (1878), considerados como pertencentes ao seu período romântico.
A partir daí, Machado de Assis entrou na grande fase das obras-primas, que fogem a qualquer denominação de escola literária e que o tornaram o escritor maior das letras brasileiras e um dos maiores autores da literatura de língua portuguesa.
A obra de Machado de Assis foi, em vida do Autor, editada pela Livraria Garnier, desde 1869; em 1937, W. M. Jackson, do Rio de Janeiro, publicou as Obras completas, em 31 volumes. Raimundo Magalhães Júnior organizou e publicou, pela Civilização Brasileira, os seguintes volumes de Machado de Assis: Contos e crônicas (1958); Contos esparsos (1956); Contos esquecidos (1956); Contos recolhidos (1956); Contos avulsos (1956); Contos sem data (1956); Crônicas de Lélio (1958); Diálogos e reflexões de um relojoeiro (1956).
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